Retrospectiva 2022: o ano bom e o ano ruim na cultura de Curitiba

Relembre o que ganhou vaia ou foi digno de aplausos na lista do Plural com os acontecimentos mais importantes do ano na cultura

Fim de ano pipocam as retrospectivas por aí, então Plural resolveu fazer uma exclusiva para o cenário da cultura de Curitiba. Sem compromisso e sem ordem cronológica, a ideia foi montar uma lista com tudo o que aconteceu de mais bacana e de mais chocante no mundo das artes com sotaque “leite quente”. Será que nos esquecemos de algo marcante de 2022? (É só deixar seu comentário no rodapé desta página…) 

Para saber mais sobre cada tema, basta clicar nos títulos em destaque.

Teatro Paiol ganhou a cor da discórdia

Algumas decisões levantam a suspeita de que a Fundação Cultural de Curitiba (FCC), além de várias outras secretarias da prefeitura, adoram uma tinta. Há poucas semanas, aconteceu uma verdadeira explosão de memes sobre o antigo depósito de pólvora que virou o Teatro Paiol. O estopim foi a cor de abóbora que cobriu o edifício depois da devida reforma. Hum, devida?! Há muitas controvérsias que foram notícias no Plural em primeira mão e a discussão foi também aprofundada em uma segunda reportagem.

Várias camadas de confusão apagaram “Jack Bobão” 

Uma figura que já fazia parte da paisagem urbana de Curitiba há quase dez anos saiu de cena sem aviso prévio. O mural Jack-Bobão sumiu embaixo de um cinza sem graça, tudo porque a FCC se faz de cega enquanto a Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU) não consegue ver com bons olhos a arte de rua. Leia como se deram as várias camadas dessa confusão aqui

Graffiti no MON

Por falar em street art, os curitibanos se despediram da exposição “OSGEMEOS: Segredos” no Museu Oscar Niemeyer (MON) em abril deste ano. A mostra causou burburinho e muita polêmica porque levou o trabalho já consagrado da dupla de grafiteiros brasileiros mais famosa no mundo para dentro do espaço dedicado à arte de maior status no estado do Paraná. Para dentro e para fora, pois na fachada do MON a dupla fez um graffiti. Pronto, isso bastou para transformar vizinhos em críticos de arte e indiferentes em fervorosos defensores dos artistas locais. (No início da mostra, ainda em 2021, o Plural publicou uma matéria falando sobre o início da exposição e também sobre as controvérsias envolvendo “OSGEMEOS: Segredos”.)

Mural raro de Poty pode ser demolido

Mais uma obra de arte revelou neste ano que deve ficar só na memória de poucos curitibanos. Ainda em abril, o Plural noticiou em primeira mão que um painel raro feito por Poty Lazzarotto deve ser demolido. Talvez não exista outro destino possível para a pintura feita pelo muralista – o mais importante de sua geração – na residência de um casal de amigos, há 50 anos. O imóvel foi trocando de donos e acabou nas mãos de uma construtora que pretende erguer um prédio ali. Depois ainda foram descobertos outros detalhes e novas hipóteses sobre o que fazer com a parede de arrimo onde está o mural “Lendas Brasileiras”. Leia as três reportagens do Plural sobre o mural raro de Poty que pode virar história aqui.

Trouxemos o Jabuti pra casa

Curitiba fez bonito no prêmio mais tradicional da literatura brasileira. A lista de curitibanos  – incluindo os nascidos aqui, independente se moram em outras bandas atualmente, e os que adotaram a cidade para viver – entre os finalistas foi respeitável. E dois levaram o Jabuti para a prateleira de suas bibliotecas. 

O primeiro lugar na categoria tradução confirmou o favoritismo da também poetisa e editora Josely Vianna Baptista. Ela tem no currículo traduções de Jorge Luis Borges, Rosa Montero, Alejandro Zambra e muitos outros. O prêmio Jabuti de melhor tradução do ano foi dividido com Heloisa Jahn. Juntas, elas encararam “Todos os contos”, de Julio Cortázar (Companhia das Letras). 

A grande surpresa veio com o escritor Lucas Mota, que levou o primeiro lugar entre indicados como romance de entretenimento com o livro “Olhos de Pixel”, publicado pela Plutão Livros. A obra é uma distopia de fantasia de ficção científica e o enredo que conquistou os jurados conta os dilemas de uma queer em uma Curitiba cyberpunk. 

Músicos de Curitiba no casamento de Lula e Janja

O casamento de Lula e Janja, sem sombra de dúvida, foi um dos eventos mais comentados de 2022. Entre as coisas que tocaram o coração dos curitibanos, a trilha sonora da cerimônia foi algo especial e não somente pelo setlist. É que a escolha da banda colocou talentos daqui em foco. Liderados pela cantora Rogéria Holtz, os músicos Léo Brandão (teclados), Daniel Migliavacca (bandolim), Glauco Solter (baixo), Gustavo Moro (violão sete cordas), Luiz Rolim (bateria) e Ocello (violoncelista) embarcaram para a festa e estavam quase tão felizes quanto os noivos.

Um bebê heavy metal

O cenário cultural de Curitiba tem várias peculiaridades. Entre as de 2022, um nascimento chamou a atenção da mídia até fora do Brasil. Em maio, a tatuadora Joice Figueiró foi assistir ao show do Metallica no Estádio Couto Pereira, como outras milhares de pessoas. Isso não tinha nada de incomum para o fato virar manchete no mundo todo. Só que ela estava grávida de 39 semanas e seu filho resolveu fazer tanto ou mais sucesso que a performance da banda por aqui. O bebê nasceu ao som de “Enter Sandman” e virou a grande estrela do show. 

Caetano e a araucária

É claro que a versão “curitiboca” da matéria que virou meme “Caetano Veloso estaciona carro no Leblon” não poderia ficar de fora desta lista. O cantor e compositor foi dar um rolê no Largo da Ordem, depois de fazer um show concorrido no Teatro Guaíra (na verdade foram duas apresentações no total) e postou um vídeo que viralizou praticamente declarando seu amor pelo Pinheiro do Paraná. Então: “Caetano explica a araucária no Largo”.

Aplaudido de Pé

Para a cultura, 2022 foi especialmente importante pelo retorno do público aos eventos. O encontro esteve suspenso por cerca de dois anos, devido à pandemia de covid-19, o que levou a ansiedade às alturas. 

A agenda de shows voltou a bombar com grandes nomes nacionais (Gilberto Gil, Alcione, Chico Buarque, entre outros) e atrações internacionais (alguns dos que deram as caras por aqui foram A-ha, Guns N’Roses, Arctic Monkeys, Harry Styles e até Bonnie Tyler). O público voltou a ser recebido em mostras das mais diversas áreas, exposições e museus. 

Então, para encerrar essa retrospectiva celebrando a caminhada da vida para mais próximo do que era o mundo antes da chegada do coronavírus, a gente reservou o evento mais queridinho entre os curitibanos: o Festival de Curitiba. Ele voltou aos palcos e às ruas da cidade e a gente pôde gritar a plenos pulmões: “Bravo!”.

Agora, para criar um clima e aumentar a expectativa sobre tudo de bom que deve acontecer no novo ano, a produção já confirmou as datas da edição 2023 do Festival. Leia outras informações sobre o próximo Festival de Curitiba aqui

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2 comentários em “Retrospectiva 2022: o ano bom e o ano ruim na cultura de Curitiba”

  1. Hello!!! Renato Freitas! Como que O Plural esqueceu da perseguição racista feita pelos vereadores de Curitiba e as correntes ricas do PT Paraná, do nosso querido Renato Freitas?

  2. Em resumo as ações em que houve a mão da administração, principalmente a municipal foram, sem dúvida, as maiores catástrofes, e não seria diferente. O modo greca de governar é um fardo que custará seu expurgo. Mas, venceremos!!!

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