Ratinho Jr. é reeleito governador do Paraná

Governador terá mais quatro anos de mandato, indica a apuração dos votos

Ratinho Jr., do PSD, foi reeleito governador do Paraná no primeiro turno das eleições que ocorreram neste domingo (2). Até as 19h30, o governador teve 3,1 milhões de votos, enquanto o segundo colocado, Roberto Requião, do PT, teve 1,1 milhão de votos. A apuração mostra que já não é mais possível que algum candidato ultrapasse a votação do atual governador.

Ratinho Jr., que manteve Darci Piana como vice, disputava com outros oito candidatos: Adriano Teixeira (PCO), Ricardo Gomyde (PDT), Joni Correia (DC), Professor Ivan (PSTU), Professora Angela (PSOL), Roberto Requião (PT), Solange Ferreira Bueno (PMN) e Vivi Motta (PCB). 

Como este é o segundo mandato consecutivo do governante, Ratinho Jr. só poderá concorrer novamente pelo governo do Estado em 2030. 

Quem é Ratinho Jr.

Filho do apresentador de TV Carlos Roberto Massa, conhecido como Ratinho, Ratinho Jr. tem 41 anos e nasceu em Jandaia do Sul, no norte do Paraná. 

Antes de entrar para a política, Ratinho Jr. atuava na administração dos negócios do pai, que incluem concessões de rádio, televisão e investimentos no agronegócio. É formado em Propaganda e Marketing pela Faculdade Internacional de Curitiba e pós-graduado em Direito do Estado pela Universidade Católica de Brasília.

Em 2002, aos 21 anos, Ratinho Jr. foi eleito deputado estadual pelo PSB, no Paraná. Ele voltou a ocupar o cargo em 2014, quando obteve mais de 300 mil votos.

Ratinho Jr. também se candidatou à Prefeitura de Curitiba, em 2012, mas foi derrotado por Gustavo Fruet (PDT). Foi deputado federal de 2007 a 2011, pelo PPS, e de 2011 a 2015, pelo PSC, mas se licenciou do segundo mandato para assumir o cargo de secretário do Desenvolvimento Urbano do Estado do Paraná.

Governo anterior

Aliado de Jair Bolsonaro (PL), Ratinho Jr. está à frente do governo do Paraná desde janeiro de 2019, quando foi eleito também em primeiro turno, com 3,2 milhões de votos (60% dos votos válidos). 

O primeiro mandato do governador foi marcado pelo início da pandemia de covid-19, o que exigiu uma reestruturação do sistema de saúde do estado, além de crises com diversas categorias como servidores públicos, profissionais da saúde, educadores e policiais militares

Na área da educação, a gestão de Ratinho Jr. tomou algumas decisões polêmicas, como a criação de escolas cívico-militares, a terceirização de parte do processo educativo e o apoio ao homeschooling. No entanto, obteve bons resultados no Ideb nacional do Ensino Médio e implantou a primeira parte do programa Ganhando o Mundo, que prevê a ida de professores e alunos com bom desempenho para outros países. 

Já na cultura, a administração do governador foi duramente criticada por artistas e profissionais ligados ao setor. Durante os quatro anos do primeiro mandato, Ratinho Jr. extinguiu a Secretaria da Cultura e fez com que várias estruturas importantes perdessem relevância.

Campanha 

Durante a campanha para a reeleição, Ratinho Jr. somou pouco mais de R$ 7 milhões em receitas, sendo 85% (R$ 6 milhões) do total proveniente do próprio PSD.

Já as despesas foram de R$ 5 milhões, sendo o maior gasto, de R$ 2,5 milhões (49%), com produção de programas de televisão, rádio ou vídeo. Em seguida, foram cerca de R$ 663 mil (13%) com publicidade por adesivos.

Uma das maiores doações privadas à campanha de Ratinho Jr. (R$ 100 mil) foi feita pelo empresário Gilson Mueller Berneck, dono da indústria madeireira Berneck, que foi alvo de operação contra trabalho escravo. Quem também doou um valor próximo (R$ 90 mil) foi Wilson Matos, dono da Unicesumar, que tem contrato milionário com o governo

A prestação de contas de Ratinho Jr. está disponível no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sendo que a última atualização foi feita no dia 25 de setembro.

Propostas

O plano de governo de Ratinho Jr. promete uma nova gestão sustentável e inovadora, e é dividido em cinco eixos: 

  • Eficiência administrativa;
  • Infraestrutura e mobilidade;
  • Desenvolvimento econômico sustentável;
  • Inclusão social, direitos humanos e cidadania;
  • Direitos básicos e bem-estar.

Em destaque para as propostas para administração pública estão o lançamento de novos concursos públicos; criação de um centro integrado de busca e processamento de dados de pessoas desaparecidas; projeto RG Fácil (para expedir o documento de maneira online) e a concessão automática de benefícios tributários à pessoas com deficiência.

Em relação à infraestrutura e mobilidade, o plano do governador ressalta o novo modelo de pedágio; a pavimentação e/ou adequação das estradas e calçadas dos municípios; a intensificação dos investimentos em energias renováveis; novos terminais de ônibus na Região Metropolitana de Curitiba e a construção da ponte que ligará Guaratuba a Matinhos. 

O documento também traz propostas para um desenvolvimento econômico sustentável: manter os programas Banco do Agricultor e Trator Solidário; fortalecer o agronegócio e agropecuária; priorizar o financiamento de projetos que contribuam com a Agenda 2030 da ONU e a facilitação de crédito para pequenos empreendedores informais, MEIs e microempresas.

No trecho sobre inclusão social, direitos humanos e cidadania, o plano de Ratinho Jr. pretende implementar projetos de incentivo ao esporte, criar o programa “Educação + Cultura” (para que os estudantes tenham maior acesso a atividades e eventos culturais); estimular o desenvolvimento de Sistemas Municipais de Cultura e a participação de idosos em sessões de cinema e peças de teatro. Ainda, o documento traz a oferta de curso de qualificação profissional de cuidados com os animais para a população carcerária e a implementação de atividades de contraturno com esportes, artes e música para crianças e adolescentes.

Em direitos básicos e bem-estar, o documento abrange áreas como educação, saúde e segurança. Para a educação, Ratinho Jr. quer deixar as escolas mais tecnológicas, fortalecer o ensino de educação financeira, garantir três refeições por período escolar, modernizar a frota de transporte escolar e ampliar a Educação Especial.

Na saúde, o plano cita que vai fortalecer a atenção primária à saúde, bem como a assistência farmacêutica para fornecimento de medicamentos, e investir na estrutura física dos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AME). O documento também destaca a criação de um programa de saúde mental, além do fortalecimento do nível de atenção ambulatorial voltada exclusivamente para pacientes com sequelas da covid-19. 

Sobre moradia e emprego, o documento destaca a oferta de moradia e realocação de famílias residentes em assentamentos e/ou que vivem em condições precárias ou insalubres, o incentivo para criação de novas vagas de emprego, em especial para pessoas com deficiência, idosos, migrantes, refugiados e apátridas, mulheres em situação de violência e comunidade LGBTQIA+, e a promoção de ações de reforma de moradias para elevar a segurança habitacional e a qualidade de vida de famílias que recebem até três salários mínimos.

No que se refere à segurança, o plano sugere a ampliação do trabalho de prevenção e acolhimento de mulheres vítimas de violência doméstica, o aumento da capacidade das forças de segurança com o uso de drones, criação de novas Centrais de Flagrantes on-line e regionalizadas, e ainda o desenvolvimento de um Programa Estadual de Pagamento de Recompensas para incentivar denúncias que auxiliem na elucidação de crimes.

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