Insatisfeitos com proposta do governo, PMs dizem que vão manter vigília em frente ao Palácio Iguaçu até outubro

Categoria não gostou da proposta salarial do governo

A vigília montada por policiais e bombeiros militares em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo do Paraná, será mantida independentemente da aprovação do projeto de reestruturação salarial da classe que começou a tramitar segunda-feira (28) na Assembleia Legislativa do Paraná.

O governador Ratinho Jr. enviou uma proposta que não agradou aos militares. Apesar de prever um aumento R$ 1.010 para soldados (salário final de R$ 6.001,58), o que desagradou foi a manutenção da disparidade dos salários entre praças e oficiais, em torno de 40%.

O projeto de lei estava previsto na pauta desta terça-feira (29), na Alep. Nos bastidores da Casa, a expectativa é de que o texto original (leia aqui) é o que deve ser aprovado, já que Ratinho Jr. tem maioria com folga. Interlocutores confirmaram ao Plural que a maioria da base votará com o governador.

A pressa é que o período eleitoral, que começa no dia 5, veta aumentos salariais ao funcionalismo. Policiais dizem que o governador se aproveitou do prazo curto para enviar uma proposta insuficiente e desarticular aqueles que estão na vigília.

“Não passando a proposta [da oposição] a gente vai permanecer aqui para que esse governo não seja reeleito. A gente vai mostrar para o estado do Paraná a capacidade do governo acabar com tudo que é público”, explicou o policial militar da reserva Sílio Batista da Silva.

Assim como ele, a maioria dos policiais que frequenta a vigília está na reserva. Porém, nesta terça-feira (29) havia PMs da ativa de Ubiratã e também da região metropolitana de Curitiba.

Oposição

Até as 14h, a bancada de oposição previa finalizar e protocolar novas emendas para o projeto. Nesta manhã, o deputado Soldado Fruet (PROS) já havia feito o mesmo.

Para o líder da oposição, deputado Arilson Chiorato (PT), os parlamentares foram privados de discutir o projeto justamente para que Ratinho Jr. conseguisse a aprovação do texto original. “Nós só temos esta semana para trabalhar nisso, mas vamos sim apresentar essas emendas. Vamos fazer todo esforço para aprovar porque o secretário da Fazenda esteve aqui, confirmou que havia capacidade financeira, e depois o governo apresentou esse projeto que é insuficiente para os policiais.”

Também manhã desta terça, policiais aguardavam para falar com o deputado Coronel Lee (PSL) para tentar alguma articulação com Ratinho Jr.. Na segunda (28), os manifestantes também procuraram o deputado Requião Filho (PT).

Ao Plural a Casa Civil disse que ao apresentar a proposta o governo levou em conta o “cenário econômico atual”. Além disso, segundo a Casa Civil, o texto busca não comprometer as seguranças jurídica e orçamentária e contempla um ganho real em todas as classes.

Em nota a assessoria disse que “O governo mantém o diálogo aberto e os grupos de trabalho continuarão os estudos. As mensagens enviadas para a Alep no dia hoje foram estruturadas tecnicamente e com a prudência dentro da razoabilidade e possibilidade do momento.

O investimento do Estado nas forças de segurança passa dos R$ 400 milhões, que só foi possível dentro de um estudo aprofundado de contingenciamento de despesas e extinção de cargos”.

“As emendas ainda não são o suficiente para os praças, nem o suficiente para a corporação, mas é um alento para tentar amenizar a situação. Teríamos que ter um governo que realmente olhasse para o funcionalismo público como se olhasse para sua família. Tá difícil para gente sobreviver. O salário não é suficiente e o aumento que ele deu ali é insuficiente”, critica Silva.

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