9 passeios mais ou menos inusitados para curtir o aniversário de Curitiba

Redação do Plural fala sobre andar a pé, tomar café, passear no parque e beber no bar… na cidade que completa 329 anos

Na lista a seguir, a redação do Plural indica nove passeios simpáticos para marcar o aniversário de Curitiba. A cidade completa 329 anos nesta terça-feira (29).

1. Intimidade

Nem sempre é seguro, nem sempre é bonito, mas caminhar por Curitiba é meu tipo de passeio. Muito mais do que visitar parques e praças. Vivo no Centro e, embora as ruas da região sejam meio hostis por causa das motos e dos carros, ainda é possível encontrar um belo trecho cheio de árvores como o da rua Visconde do Rio Branco (entre a Comendador Araújo e a Carlos de Carvalho).

Viro à esquerda e depois à direita para entrar na Alameda Prudente de Moraes (o comércio local sofreu com a pandemia, mas começa a se recuperar). Em seguida, posso subir ou descer a Saldanha Marinho (onde abriram alguns bares e restaurantes legais) ou seguir em frente até uma simpática rua sem saída (na Alameda Princesa Isabel, na altura do restaurante Lisboa).

Acho que algumas das árvores mais lindas da cidade estão nesse percurso. Engraçado: escrevendo isso me dei conta de que curto árvores. Mais do que eu pensava. \

Caminhar tem vantagens. Quem percorre as ruas a pé é muito mais íntimo da cidade do que quem anda só de carro. Talvez por poder prestar mais atenção nas construções e menos no trânsito. (Irinêo Baptista Netto)

Curitiba em 1894. (Foto: Arquivo Nacional)

2. Um pouco de adrenalina

Muito antes da Fadinha conquistar o coração dos brasileiros nas Olimpíadas, uns skatistas diferentes já estavam pintando por aqui. É uma galera (na qual eu me incluo) que busca atividade física ao ar livre e curte um pouco de adrenalina. Só que as pistas “crowdeadas” não são boas para perder o medo nem para aprender a dar um rolê suave.

Mas, na frente da torre da antiga olaria do Parque Barigui, point conhecido como “Farol”, existe uma “quase rampa” perfeita para os iniciantes. Principalmente para os não tão novinhos. Em dias de sol, o lugar tem muita circulação de pessoas passeando e ciclistas, mas ainda dá para aproveitar e subir na prancha com rodinhas respeitando quem está ao redor.

É a noite que o lugar se torna uma ótima pedida para quem está começando, fica mais vazio e sempre tem alguém aprendendo, curtindo ou mesmo caindo por ali, sem chamar muita atenção. (Luciana Nogueira Melo)

3. Casarão teatral

Um dos palcos mais ativos da cidade fica pertinho do agito noturno do Largo da Ordem e da Rua Trajano Reis. É o Teatro Novelas Curitibanas que foi rebatizado, em 2019, com a inclusão de uma homenagem a uma grande atriz do Paraná: Claudete Pereira Jorge.

A visita ao casarão — construído em 1902 como residência para a família Vieira Cavalcanti — já vale o passeio. Em 1992, a peça “O Vampiro e a Polaquinha”, com texto de Dalton Trevisan e direção de Ademar Guerra (além de estrelas como Lala Schneider, Guta Stresser, Nena Inoue e Regina Bastos) inaugurou a nova fase como centro cultural. A montagem ficou em cartaz  por quatro anos ali e foi recorde de público.

Hoje é um dos teatros mais versáteis de Curitiba, permite mudanças no espaço para receber diferentes encenações. Sob administração da Fundação Cultural de Curitiba, apresenta espetáculos selecionados por editais, com ingressos gratuitos na maioria das temporadas. (Luciana Nogueira Melo)

4. Atmosfera mágica

Em Curitiba, brotam a cada dia cafeterias nos moldes coffee to go. Nada contra. Entendo que a cidade cresceu. As pessoas têm pressa. Não querem perder tempo nem a chance de tomar um café, ainda mais quando o clima começa a mudar na cidade. O frio se aproxima.

Olha, confesso que não sou um bebedor de café clássico. O meu é sempre acompanhado de leite. Um sacrilégio para os puristas. O que gosto mesmo é do ambiente das cafeterias, do cheiro, de observar as pessoas conversando.

O meu lugar favorito para esses momentos é o Paço da Liberdade (Praça Generoso Marques, 189). Quando trabalhava no centro, costumava almoçar em 15 minutos para ter tempo suficiente para tomar o meu café, mesmo que com leite, com calma naquela atmosfera mágica. (Ricardo Marques de Medeiros)

5. O parque lado B

Menos popular que o Barigui e o Bacacheri, o parque São Lourenço é uma boa pedida para quem quer um passeio mais tranquilo pelas áreas verdes de Curitiba.

O parque oferece amplo espaço gramado – ótimo para fazer um piquenique, ler um livro ou levar os cachorros para brincar – além de ciclovia, pista de caminhada e de corrida em volta do lago.

Quem gosta de uma aventura com mais adrenalina, pode curtir a pista especial para carrinhos de rolimã. As crianças também podem aproveitar os parquinhos com brinquedos inclusivos. (Rafaela Moura)

6. Esquina charmosa

Além de servir frutos do mar frescos e fomentar os produtores locais, A Ostra Bêbada (Rua Ermelino de Leão, 95) é um daqueles lugares que contribui para dar nova vida a uma charmosa esquina no cruzamento das ruas Ermelino de Leão e Cândido Lopes, no Centro de Curitiba.

Ingredientes frescos, fomento da produção local e ética, e revitalização dos espaços urbanos estão no DNA dos empresários e sócios Lucas Cintra e Rafael Fusco, que por anos já haviam apostado (infelizmente, sem sucesso) na reinvenção da rua São Francisco, onde mantinham uma unidade do Pizza.

A cozinha d’A Ostra é de inspiração ibérica, mas usa ingredientes locais como peixes e frutos do mar de Matinhos e Guaratuba (fornecidos pela empresa Olha o Peixe!), queijos de Witmarsum, bananas e cachaças de Morretes e porco moura, antiga raça paranaense cuja criação foi resgatada em anos recentes.

O local é famoso por servir sardinhas na brasa aos sábados, assim como ostras in natura do Cabaraquara e outros tapas e petiscos como camarões à provençal, bolinhos de bacalhau e o sanduíche de lula à dorê. Tem ainda drinks e vinhos a preços acessíveis e uma agenda de jazz ao vivo para ficar de olho. (Andrea Torrente)

7. Vento na cara

Quem conhece Curitiba, sabe que as ruas esvaziam aos domingos, faça sol ou faça chuva. Esse é o momento perfeito para pegar a bicicleta e desbravar a cidade, que ganha um clima de interior, de ponta a ponta.

Praticamente sem carros, as ruas ficam mais tranquilas, silenciosas e seguras. As ciclovias, em compensação, ganham vida. Ciclistas de todas as idades ocupam seus espaços em uma atividade que oferece diversão, transporte e exercício físico em uma única prática.

Pedalando, a atenção à cidade é diferente: é possível parar para pegar amoras no pé, comer pastel na feira sem se estressar com estacionamento e sentir o vento na cara depois daquela subida. (Rafaela Moura)

8. Aqui, jazz

Existem várias opções hoje para aproveitar a noite curitibana curtindo jazz, mas uma mantém a essência do gênero e permite aos músicos ousar sem medo: é o porão do Wonka Bar (Rua Trajano Reis, 326).

Nas noites de quinta-feira, sobem ao palco da casa as feras do jazz curitibano. Entre os que sempre estão fazendo um som por ali, é fácil encontrar Hélio Brandão, José Boldrini, Mário Conde, Glauco Solter, e muitos mais.

O clima é informal, são poucos lugares e o preço é bem acessível. Dá para saborear momentos de troca entre os músicos e a plateia, com a verve pulsante das jam sessions embalando a conversa com os amigos ou o encontro com aquele match especial. (Luciana Nogueira Melo)

9. Longa jornada

Você vai achar que sou um flanêur, mas não. Minhas caminhadas são sempre com um propósito. Por exemplo: um passeio a pé pelo calçadão da rua XV de Novembro dá uma ideia do que acontece na cidade.

Você descobre que há lojas vendendo cachecóis e ambulantes vendendo gorros de lã apesar dos 30ºC debaixo do sol. Que o buffet livre está R$ 7,90 num lugar e R$ 11,90 (com carne) em outro. Você vê plantas à venda, bares que servem chope às 9h da manhã e feiras persistentes (de vez em quando, na ponta do calçadão, na praça Osório).

Além de ser abordado por compradores de ouro e vendedores de perfume. Por lojas especializadas em jeans e por óticas que querem limpar seus óculos. O pregão dos restaurantes na hora do almoço é uma experiência que já se tornou parte da cidade. Ou ao menos parte dessa área muito específica que é o núcleo do comércio de rua no Centro de Curitiba. (Irinêo Baptista Netto)

A rua XV de Novembro. (Foto: Tami Taketani/Plural)

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2 comentários em “9 passeios mais ou menos inusitados para curtir o aniversário de Curitiba”

  1. Realmente estamos bem servidos ! A cada caminhada pela nossa Curitiba sempre tem novidades! Agora pra quem curte um jazz, Curitiba só tem a oferecer o melhor! O Wonka vai ficar melhor ainda com o friozinho curitibano!!!

  2. o Rolê de skate no barigui é uma delicia e pode ser feito por qualquer pessoa. Se tiver medo de cair, va pertinho da grama e quando cair, se joga na graminha fofa. Pode até ser que você abrace uma capivara amiga

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