Protesto contra Ratinho Jr. reúne milhares de funcionários públicos em Curitiba

Professores, policiais e trabalhadores da saúde marcharam da praça 19 de Dezembro até a Assembleia Legislativa

Cerca de 8 mil servidores públicos participaram de um protesto nesta terça-feira (21) contra o governador Ratinho Jr. (PSD), em Curitiba. Os trabalhadores pedem, entre outros, cumprimento da data-base, recomposição salarial e reivindicar isenção de desconto previdenciário para aposentados que recebem abaixo do teto.

Também nesta terça-feira houve uma reunião entre os representantes dos sindicatos, membros da Secretaria de Administração e Previdência (Seap), incluindo o titular da pasta, Elisandro Pires Frigo, e deputados, que terminou com indefinição da aplicação da data-base.

Para amanhã, quarta-feira (22), os trabalhadores irão apresentar a pauta de reivindicações para a Secretaria de Fazenda e devem receber o posicionamento definitivo do governo. Quanto a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), parlamentares da situação já sinalizaram que, caso o projeto da recomposição seja enviado por Ratinho Jr., devem votar a favor dos funcionários.

“Estamos nas ruas para denunciar o desrespeito. Esse é um ano eleitoral e eu comecei a ouvir as propagandas do governo, dizendo que o Paraná é um estado maravilhoso (…) sabemos a que custo são conquistados esses bons resultados. Estamos todos os dias nas escolas mesmo desvalorizados”, criticou a presidente da APP-Sindicato, professora Walquíria Mazeto.

Renúncia fiscal

O governo do Paraná, neste ano, abriu mão de R$ 17 bilhões em renúncia fiscal para empresas. Ação que foi duramente criticada pelo funcionalismo público durante o ato.

Na segunda-feira (20), a Câmara Municipal aprovou uma moção de apoio ao pagamento da data-base aos trabalhadores, proposta pela vereadora Carol Dartora (PT). Entre outros apontamentos, o documento destaca o superávit de R$ 7,2 bilhões em 2021 no Paraná, segundo dados divulgados pela Fazenda.

Por sua vez, o Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES) fez um estudo no qual defende a existência de margem orçamentária para aplicação do reajuste pedido pelos trabalhadores.

Os números dos superávits consecutivos são de R$ 2,27 bilhões em 2019, R$ 5,92 bilhões em 2020 e R$ 11,43 bilhões em 2021.

“O Estado não paga a inflação que vai corroendo nossos salários há seis anos. Para a população como um todo entender: quando reajusta o salário mínimo os trabalhadores da iniciativa privada, o governo leva em conta quanto as pessoas perderam de poder de compra em um ano. Nós, servidores públicos, não temos reajuste salarial quando aumenta o salário mínimo. O governo precisa fazer a recomposição”, explica Mazeto.

Paralisação

Os servidores pleiteiam 12.13% de recomposição e para isso se mobilizaram em todo Paraná. Ônibus de diversas cidades saíram com destino à Curitiba e, segundo a APP-Sindicato, 90% das escolas públicas estaduais tiveram paralisação.

A reportagem não conseguiu contato com a Secretaria Estadual de Educação e Esporte (Seed) para falar sobre a paralisação nas escolas.

O prazo para que o governo faça a recomposição salarial termina em 1º de julho por conta das eleições.

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