Justiça revê decisão e condena motorista de aplicativo por agredir passageira em Piraquara

Tribunal de Justiça reformou a decisão que absolvia motorista e agora ele foi condenado por lesão corporal

O motorista Leonardo De Cól Beatrici, que trabalhava no aplicativo 99 Táxi, foi condenado por lesão corporal pelo Tribunal de Justiça. Ele bateu na passageira Dayane Padilha, em abril do ano passado, quando a deixou em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba.

Beatrici foi acusado de agressão e injúria racial contra Padilha, que é professora, mas absolvido. Os advogados e o Ministério Público do Paraná recorreram da decisão e conseguiram a reforma parcial, já que a absolvição por injúria foi mantida.

Depois do registro do boletim de ocorrência, Beatrici foi desligado da plataforma 99 Táxi. Com a condenação, o motorista terá de pagar um valor pecuniário para a professora, além de deixar de ser réu primário.

Relembre

A professora usou o aplicativo para chamar o motorista. A corrida era de Curitiba até um território indígena em Piraquara, mas o app deu o endereço errado. A passageira, então, solicitou que a corrida fosse encerrada no local correto, mas o motorista pediu pagamento adicional. A discussão começou porque Padilha se negou a pagar, já que o próprio app recalcula o valor em caso de mudança do destino final.

O motorista usou termos racistas para se referir à professora, a chamou de “pé de barro” e “índia piranha” por conta das características físicas indígenas. Ele retirou a vítima do carro a força e ela precisou voltar de carona embora (veja o vídeo aqui).

Reforma

A reforma da absolvição de lesão corporal foi relatada pelo desembargador Luís Carlos Xavier. No trecho da decisão o magistrado afirma que “nota-se vermelhidão no couro cabeludo, o que ratifica ter sido puxada pelos cabelos e não pelos braços, conforme declarado pelo acusado (…) Cumpre frisar que não se justifica o emprego da violência, notadamente ao se considerar a desproporcionalidade física entre ambos”.

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