Começa nesta quinta-feira (04) o júri de Jorge Guaranho, réu pelo homicídio do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, em 9 de julho de 2022. Garanho, que é ex-policial penal, invadiu a festa de aniversário da vítima aos gritos de “mito” e “aqui é Bolsonaro” antes de cometer o crime.
A morte de Marcelo Arruda foi um dos casos mais proeminentes de violência política causada pelo bolsonarismo nas últimas eleições. O caso repercutiu tanto que a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovou recentemente a lei que prevê o Dia Estadual de Luta contra a Intolerância Política e de Promoção da Tolerância Democrática, conhecida como “Lei Marcelo Arruda”, a ser celebrada no dia do aniversário da vítima.
Relembre
No dia do crime Marcelo Arruda reuniu amigos e familiares na Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf), em Foz do Iguaçu. Guaranho, que não conhecia ninguém, soube da festa por um terceiro e invadiu o local.
Ele discutiu com a vítima e deixou o local para buscar uma arma. Na sequência retornou e cometeu o homicídio. Ele não conseguiu ferir mais pessoas porque Arruda, que era Guarda Municipal, atirou de volta e conseguiu deter o ataque.
De acordo com testemunhas e com o inquérito policial Guaranho entrou no local gritando “mito” e “aqui é Bolsonaro”. Ele foi até a Aresf porque não concordava com o tema da festa, que fazia uma homenagem ao presidente Lula.
Júri
Nas redes sociais Guaranho ostentava fotos com armamento e fazendo o gesto característico do bolsonarismo da “arminha com a mão”.
Depois de assassinar Arruda ele foi preso em flagrante e encaminhado para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.
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“É um crime bárbaro com uma motivação fútil, de intolerância política”, explicou um dos advogados da família Arruda, Rogério Botelho.
Embora as imagens demonstrem Guaranho invadindo a festa – onde não conhecia ninguém – a defesa dele afirma que a motivação do crime não foi política. “A motivação política foi colocada, mas é uma discussão banal [entre vítima e réu]”, disse o advogado do ex-policial penal, Samir Mattar Assad à BandNews FM.
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