Na manhã desta quarta-feira (12), o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, decretou epidemia de gripe H3N2, com transmissão comunitária no estado. Até agora, foram confirmados 832 casos de Influenza em 144 municípios, e 12 mortes, sendo duas delas em Curitiba.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), os casos foram identificados apenas pelos pontos da Rede Sentinela, o que significa que o número real de infectados pode ser entre 20 e 30 vezes maior que o registrado.
A tendência, segundo a pasta, é que nos próximos dias haja um aumento no número de casos de H3N2, vírus da gripe que só seria esperado entre o outono e o inverno. Por isso, o governo do estado pretende reforçar a imunização contra a doença.
Atualmente, o Paraná tem 616 mil doses da vacina contra a Influenza disponíveis nas unidades de saúde dos municípios, que fazem parte da Campanha Nacional de Imunização Contra a Gripe de 2021. Segundo dados do Vacinômetro Nacional, o Paraná tem cerca de 70,40% de cobertura vacinal dentro dos grupos prioritários, com 2,1 milhões de doses aplicadas.
Segundo a secretaria, para o início de abril, o Ministério da Saúde prevê o envio de uma nova vacina com a imunização para a maioria dos vírus circulantes e já reconhecidos laboratorialmente.
1º caso da variante Ômicron
Na entrevista coletiva, Beto Preto também confirmou o primeiro caso da variante Ômicron no estado e assegurou que já existe contágio comunitário da cepa no Paraná. No Brasil, a Ômicron foi detectada pela primeira vez em 30 de novembro e já é dominante no país, segundo o Ministério da Saúde.
A variante foi identificada em um morador de Curitiba, de 24 anos. Conforme a Secretaria, o jovem começou a apresentar sintomas em 14 de dezembro e quatro dias depois veio o diagnóstico positivo. A amostra foi encaminhada para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, que confirmou a contaminação pela Ômicron.
Apesar do aumento no número de infecções pelo Sars-COV-2, o secretário afirmou que o Paraná tem registrado quadros leves da doença, com menos internações em comparação ao ano passado (1927 até 11 de janeiro de 2021 e 492 até a mesma data de 2022). Isso, segundo Beto Preto, se deve à extensão da cobertura vacinal no estado.
“A vacina é o nosso salvo-conduto. Se não houver vacinação, fatalmente, quadros mais graves começarão a acontecer. A vacinação tem sido fundamental. Sem ela, nós não teríamos chegado até aqui”, reforçou.
Alertas
Conforme a secretaria, dentro de três ou quatro semanas é possível que haja um agravamento da situação no Paraná, por conta das mutações das variantes dos vírus, seja da Covid-19 ou Influenza.
Com o aumento no número de infecções, Beto Preto também reforçou o alerta de que provavelmente alguns serviços essenciais para as cidades fiquem desfalcados de recursos humanos.
Nos próximos dias, o governo deve avaliar se novas medidas restritivas serão adotadas para conter a disseminação dos vírus. Até o momento, a orientação é para que a população mantenha os cuidados preventivos e evitem aglomerações.
Covid-19 no Paraná
Dados desta terça-feira (11) da Sesa confirmaram mais 9.492 casos de Covid-19 e sete mortes provocadas pela doença no estado.
Segundo o boletim, 54 pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19 estão internados em leitos do SUS – sendo 20 de UTI e 34 de enfermaria. Há outros 699 pacientes internados que aguardam resultados dos exames.