Caso de racismo em farmácia continua aberto há nove meses

Menino foi seguido por um segurança da Panvel e família registrou boletim de ocorrência; a Polícia Civil “segue investigando” o caso

São quase nove meses de espera para a família de um menino de 12 anos, que foi vítima de racismo na farmácia Panvel, no bairro Portão, em Curitiba. A criança foi seguida por um segurança e embora houvesse câmeras que registraram a ação, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) ainda não concluiu o inquérito.

O caso aconteceu em outubro de 2022. O menino estava acompanhado da mãe, Patrícia Marluce, e circulava entre os corredores quando o segurança o seguiu e falou para que saísse da loja.

A mãe questionou o motivo da abordagem e os funcionários disseram que o botão do pânico tinha sido acionado e que uma “confusão” havia ocorrido.

Racismo

O boletim de ocorrência foi registrado no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) e à época, questionada sobre o caso, a Polícia Civil disse que estava investigando.

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Além disso, os policiais não tipificaram a ocorrência como racismo ou injúria racial. O boletim de ocorrência foi por “constrangimento de menor”. Nove meses depois, a resposta sobre a conclusão do inquérito foi a mesma padronizada para vários pedidos de informação: “A PCPR está investigando o caso e realizando todas as diligências para esclarecer o fato. No momento, mais detalhes não serão fornecidos para não atrapalhar o andamento das investigações”.

A frase enviada pela assessoria de imprensa foi repetida em diversas situações diferentes entre 2022 e 2023.

O Plural perguntou sobre as oitivas do inquérito, indiciamento e prazo de conclusão. Também solicitou entrevista com o delegado responsável, mas não obteve retorno até o fechamento desse texto.

A família também não foi informada de nenhum avanço na investigação desde o registro da queixa no Nucria até esta segunda-feira (10).

Outro caso

No compasso da falta de eficácia da PCPR, o menino sofreu novos ataques racistas, desta vez na Escola Municipal Maria Clara Brandão, no Novo Mundo, . Colegas de turma criaram um grupo de WhatsApp onde compartilham xingamentos racistas contra o colega.

A família do menino também foi à delegacia e foi orientada quanto ao registro da ocorrência, realizado na sexta-feira (07).

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