Amigável com bolsonaristas, chefe da PM esteve à frente do “massacre” do 29 de abril

Hudson Teixeira, atual comandante-geral da PMPR, foi um dos que comandou ação contra professores no Centro Cívico

O comandante-geral da Polícia Militar do Paraná que admitiu estar prevaricando ao não liberar trechos de rodovias bloqueadas por bolsonaristas no estado, mesmo com ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), carrega no currículo o comando da ação que deixou mais de 200 feridos no histórico episódio de 29 de abril de 2015, em Curitiba.

Também chamada de “massacre do Centro Cívico”, a operação botou um massivo número de PMs contra professores que protestavam em frente à Assembleia Legislativa (Alep). Mais de 200 pessoas ficaram feridas pela investida concentrada em policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), à época comandado por Hudson Leôncio Teixeira, atual comandante-geral da PMPR.

Nesta quinta (3), o coronel ganhou repercussão nacional após ter afirmado a apoiadores de Bolsonaro, em meio a uma manifestação antidemocrática, que não queria multá-los e que, ao postergar a liberação dos pontos interditados pelo grupo, estava cometendo crime de prevaricação.

A calma com que o comandante-geral aparece dialogando com os bolsonaristas em nada lembra a postura da corporação com os professores que protestavam em Curitiba em 29 de abril de 2015. O motivo era a mudança discutida por deputados no regime da Previdência Social dos servidores estaduais, em projeto depois sancionado pelo então governador Beto Richa.

Foram horas de dispersão com o uso de gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha. Menos de duas semanas depois, o episódio derrubou o à época comandante-geral da PM, César Vinícius Kogut, e o secretário de Educação do estado, Fernando Ferreira.

Hudson Leôncio Teixeira, bem como o ex-secretário de Segurança Fernando Francischini e Beto Richa e outros dois nomes da PM, chegaram a ser responsabilizados em ação civil pública movida pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) – rejeitada em 2017 pela Justiça. Um ano antes, a Vara da Justiça Militar do Paraná também já havia determinado o arquivamento do inquérito contra os policiais envolvidos.

Guarapuava

No comando da PM, Hudson Teixeira também se viu obrigado a driblar inconsistências apontadas na contenção a um mega-assalto que levou o terror a Guarapuava em abril deste ano e colocou à prova a capacidade de contingenciamento da corporação.

Embora tenha dito que a ação era de conhecimento da Polícia e, portanto, um plano de ação estava esquematizado, associações militares chegaram a afirmar que nada do que ocorreu no dia havia sido previsto ou esteve, em algum momento, sob controle.

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4 comentários em “Amigável com bolsonaristas, chefe da PM esteve à frente do “massacre” do 29 de abril”

  1. Fazer uma matéria, com intenção de contrariar uma autoridade, sem ao menos ouvi-la isso não é jornalismo sério. Coronel Hudson é um homem de respeito que está a frente da segurança pública por muitos anos, ele agiu muito bem sim nas manifestações dos caminhoneiros foi Educado e foi bem recebido pelos caminhoneiros que prontamente lhe respeitaram, ao contrário da manifestação dos professores que na realidade não era só professor, a turma que estava bagunçando quebrando, muitos deles eram pessoas que estava ali somente afim de tumultuar . Você como jornalista tem que ser neutra e não tendenciosa em suas reportagens, fica feio demais vcs tomarem lado, que você é da esquerda está explícito, mas se quer tomar lado muda de profissão porque jornalismo sério ouve a duas partes e não emite opinião .

  2. Angieli, tudo bem ? Boa reportagem. Só derrapou em um ponto . De quem é a foto do comandante ? Teu colega fotojornalista merece respeito e o mínimo de coleguismo .

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