Militares dizem que não havia plano de contingenciamento para enfrentar criminosos em Guarapuava

Secretário de segurança e comandante da PM disseram que militares seguiram uma estratégia previamente definida

A tentativa de assalto a uma empresa de transporte de valores ocorrida na segunda-feira (18), em Guarapuava, mobilizou mais de 200 policiais e deixou a cidade assustada. Os criminosos não conseguiram levar nada, mas fugiram. O caso está sendo investigando pela Polícia Civil (PC).

Foram mais de três horas de tiroteio. Veículos foram incendiados e os acessos fechados pela Polícia Militar (PM), que, segundo o comando, tinha um plano específico para levar o bando – estimado em 30 pessoas – para a área rural.

As declarações dadas pelo comandante-geral, coronel Hudson Leôncio Teixeira, foram corroboradas pelo secretário de segurança pública, Romulo Marinho Soares. Ele disse que ação dos policiais foi assertiva e garantiu que os suspeitos não tivessem êxito no roubo.

Todavia, associações militares contestam a informação. Os Praças Unidos do Paraná, por exemplo, afirmaram que há defasagem de policiais, viaturas e equipamentos. “Nada do que ocorreu foi previsto ou esteve sob controle, se assim fosse não teríamos cerca de uma hora de terror. Dois policiais alvejados, sob cuidados médicos, passando por cirurgias, instituições financeiras atingidas, caminhões incendiados, blindados do exército reforçando a segurança, várias pessoas usadas como escudo humano, cena de guerra facilitada pelo descaso”, diz a nota.

A Associação de Praças do Paraná (APRA) também questionou a informação de que havia um plano. Em nota, a associação disse que os policiais foram baleados quando bandidos atacaram o quartel e que foi necessária intervenção de policiais da reserva, afastados e de folga para dar combate aos bandidos.

“Pela proporção da ação delituosa, conseguimos um ótimo resultado em nossas ações, visto a capacidade do que tínhamos para esse enfrentamento. Além do tempo e empenho empregado, utilizamos equipamentos particulares, veículos próprios, tudo para mostrarmos nosso amor aos companheiros e o nosso compromisso com a sociedade”, afirma a APRA.

Ninguém preso

De acordo com a Secretaria de Segurança foram apreendidos 12 veículos, além de três armas de calibre .50; um fuzil de calibre 7,62; quatro armas de calibre 5,56; uma espingarda de calibre .12; uma pistola de calibre 9 mm; um carregador de fuzil AK-47; 163 munições de calibres 7,62 e 5,56; R$ 1,4 mil em espécie; dois coletes balísticos; quatro capacetes balísticos; kits de primeiros socorros; facas, celulares e mochilas com roupas, remédios e itens de higiene.

A Polícia Civil instaurou inquérito e usa imagens de câmeras de segurança, relatos de testemunhas e de policiais para chegar à autoria da tentativa de roubo. Papiloscopistas coletaram digitais e equipes do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) também estão na região.

Um homem suspeito de atuar em conjunto com a quadrilha foi encaminhado para a delegacia e após prestar depoimento foi liberado.

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