O Plural ouviu diversos eleitores para saber o que os fez escolher o candidato ou candidata em quem vão votar.
“Embora o cenário fosse pouco otimista, com uma reeleição praticamente certa do atual prefeito, a fragmentação da esquerda e as ameaças do bolsonarismo, em minha estreia como eleitor cheguei a ficar entre quatro candidaturas.
De início, me empolguei com a do Professor Mocellin, por sua posição favorável ao direito das mulheres de se decidirem sobre o próprio corpo, ao ser capciosamente questionado sobre aborto em debate na TV.
Com a empolgação já desinflada, em seguida, passei a me inclinar para a de Goura, por aliar o progressismo e o ambientalismo com a utilidade de, talvez, poder ir ao segundo turno. Estive firme com o pedetista até a última semana, quando meu desgaste com ele chegou ao limite. Apesar de não haver nenhuma grande discordância, não gostei de sua campanha: muito difusa e conceitual, nem de longe apresentou o poder de mobilização necessário para que me fizesse acreditar na virada. Além disso, suas propostas não trouxeram, de maneira contundente, a luta contra a miséria e a necessidade de políticas públicas para as áreas mais vulneráveis da cidade ao cerne da discussão.
Restaram-me João Arruda e Paulo Opuszka, e foi no petista que vi preenchida a lacuna que me incomoda nos demais concorrentes ao pleito. Opuszka é o único candidato cujo plano de governo traz foco consistente no combate às desigualdades, traduzido em projetos como a regulamentação dos aplicativos de entrega e transporte, o aumento em até 20 vezes do investimento em moradia popular, a criação de uma renda básica da prefeitura, entre outros.
A despeito de uma militância atada a chavões e figuras ultrapassadas de um partido que urge por renovação, sinto que Paulo Opuszka me conquistou. Isso não só foi mais forte que qualquer possibilidade de voto útil como também foi determinante para que eu partisse fazer a Curitiba que cuida da gente”.
Guilherme Gonzaga, 17 anos, estudante e poeta.
“A gente tem que votar no que acredita. Uma eleição não se resume em vencedores e perdedores, por isso não decido mais meu voto através de pesquisas, temos que ter diante da urna a postura de seriedade que levamos para a vida e devemos depositar ali nossas crenças pessoais.
E acredito que Paulo Opuszka tem seriedade em suas palavras e que sua visão de um futuro para Curitiba é parecida com a minha, portanto, meu voto é dele.
Não nutro apreço pelo Partido dos Trabalhadores e minha formação intelectual me fez questionar cada vez mais as gestões nacionais do partido, toda via, ainda acredito em projetos de esquerda e populares na eleições, nesse momento difícil do país e da cidade estou dando mais uma chance ao PT.
Falando do candidato, suas propostas fogem do senso comum das prefeituras. Além do urbanismo comum de cortar grama e levar asfalto, algo que não tiro o valor, a cidade tem que estar preparada para atender as necessidades de sua população.
Paulo representa uma Curitiba com ideias e com meios de se construí-las e que podemos fazer isso de forma participativa, onde as associações de moradores, sindicatos e outras organizações da sociedade funcionem junto com a gestão e que o trabalho da prefeitura não mais pareça distante da população.
Por último, me oponho fortemente ao projeto nacional de Bolsonaro e Guedes e portanto devo manter meu voto alinhado com candidatos que tenham postura contra o presidente, mas que saibam trabalhar por Curitiba e não transformar a gestão em palanque para falar mal do presidente ou buscar crescimento político. A gestão municipal deve trabalhar com seu projeto e defender a visão que a elegeu, acredito, aqui reconheço a minha inocência, que o candidato do Partido dos Trabalhadores será fiel aos votos que receber”.
Breno Araujo Lopes é engenheiro eletricista com ênfase em eletrotécnica pela UFPR, participou do movimento estudantil e trabalhou na área de instalações, de esquerda e crê numa Curitiba melhor.
Confira a opinião de eleitores de outros candidatos:
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