Chapa derrotada contesta eleição na UFPR

Candidato que teve 14% dos votos entra com impugnação da consulta feita à comunidade acadêmica. Mais de 17 mil professores, alunos e técnicos votaram

A chapa derrotada na consulta à comunidade acadêmica da UFPR entrou nesta quinta-feira (3) com um recurso para tentar anular a votação. O atual reitor, Ricardo Marcelo Fonseca, candidato à reeleição, teve 83% dos votos na consulta, e deve encabeçar a Lista Tríplice que será enviada ao presidente Jair Bolsonaro.

A chapa encabeçada pelo professor Horácio Tertuliano, de oposição, apresentou nesta quinta uma impugnação formal dizendo que o processo de votação eletrônico pode não ter seguido os protocolos de segurança necessários. Em função da pandemia, todo o processo foi realizado pela internet.

Os argumentos apresentados pela Chapa 1 para contestar os resultados vão desde uma suposta falta de transparência (o candidato reclama, por exemplo, de não ter recebido os e-mails dos eleitores para verificação, e de ter recebido a lista de votantes só um dia antes da eleição) até uma possível contaminação dos dados por arquivos previamente instalados no computador que fez a totalização dos votos.

Tentando nomeação de Bolsonaro

A chapa que agora contesta a eleição aparentemente pretende manter sua candidatura na Lista Tríplice a ser enviada ao presidente para seleção do novo reitor. Tradicionalmente, o candidato derrotado se retira da disputa, numa forma de respeito à vontade da comunidade acadêmica. A atual eleição contou com mais de 17 mil eleitores, dentre professores, técnicos e alunos.

A proximidade ideológica entre o grupo de Horácio Tertuliano e o presidente Jair Bolsonaro faz crer que, mesmo tendo sido derrotada na consulta com uma diferença grande de votos, a Chapa 1 pretende ser nomeada para a Reitoria da UFPR. O mandato do novo reitor se inicia em dezembro e dura quatro anos.

Horácio Tertuliano, que é diretor do Setor de Tecnologia, vem afirmando que a universidade é doutrinadora, dominada pela esquerda, e que é excessivamente assistencialista. Sua vice, professora Ana Paula Cherobim, chegou a defender a cloroquina e a chamar o coronavírus de vírus chinês.

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