Sumiço conveniente: na posse de Ratinho, Beto Richa deixou de existir

A posse de Ratinho Jr. (PSD) como governador do Paraná teve duas cerimônias e uma penca de discursos. Teve a presença de inúmeros políticos, inclusive ex-governadores. Teve homenagens a todo mundo que participou da ascensão do novo governador. Só não teve uma coisa: Beto Richa.

O ex-governador, que foi um dos principais aliados de Ratinho nos últimos anos, dando a ele a chance de comandar uma das mais importantes secretarias de Estado do Paraná por duas vezes, não foi citado uma única vez pelo sucessor. Nem como bom, nem como mau exemplo. Beto, na história do Paraná contada por Ratinho, simplesmente desapareceu.

No começo de seu segundo discurso, na transmissão do cargo, no Palácio Iguaçu, Ratinho disse que o estado tem uma “tradição de bons governadores”. Citou Paulo Pimentel (que, nonagenário, estava presente), Ney Braga, Bento Munhoz da Rocha. E ignorou os últimos oito anos de história.

Cida Borghetti (PP), que passou o cargo adiante e que só foi governadora desde abril por ter sido vice de Richa, igualmente passou por cima do cadáver político em que Beto se transformou. Nem uma única menção ao homem que, nove meses antes, chamou de “meu líder, meu governador, meu amigo”.

Embora o mesmo grupo continue no poder, ficou nítido que é preciso ocultar o nome do antigo governador para que se dê a impressão de que as coisas mudaram.

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