O governador Ratinho Jr. (PSD) tomou posse nesta terça-feira, primeiro de janeiro, prometendo não decepcionar os paranaenses. Visivelmente emocionado, chorou nos dois discursos que fez, primeiro na Assembleia Legislativa e depois no Palácio Iguaçu.
A posse de Ratinho foi feita contra o relógio para que o governador pudesse ir a Brasília assistir à possa do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Mesmo assim, o evento atrasou quase uma hora, terminando às 11h30. Na pressa, na saída, o governador pediu até para não conceder entrevista e saiu às pressas para o helicóptero que o levaria à Base Aérea do Bacacheri.
O discurso de Ratinho Jr. na Assembleia durou apenas 12 minutos – em geral, esse tipo de pronunciamento não dura menos de meia hora. Em breves linhas, Ratinho relembrou algumas promessas de campanha. Mas não houve nenhuma meta concreta, nenhuma grande novidade.
Choro
Se o discurso foi “frio”, o parágrafo final, em que o governador agradecia a Deus e à sua família mudou bruscamente o tom da cerimônia. De repente, Ratinho não conseguia mais falar – chorando, se afastou do microfone sem conseguir terminar a frase em que falava no pai e na mãe, ambos presentes à posse, na primeira fila. A plateia aplaudiu e ele retomou.
No segundo discurso, dessa vez de improviso, Ratinho Jr. prometeu não chorar. Mas de novo não se segurou. Terminou contando de duas “lições” que aprendeu com o pai, o apresentador Ratinho. Segundo ele, o pai, radialista, sempre saía muito cedo de casa. Ensinou-o a tomar banho sempre cedo, para despertar rápido e ficar produtivo.
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“Às vezes de noite eu não tomo banho”, disse, arrancando risos pela única vez no pronunciamento. “Mas de manhã cedo é certeza”, afirmou.
A segunda lição seria uma brincadeira que o pai faria para irritá-lo. Ratinho, antes de sair para o trabalho, arrancava o cobertor do filho. Isso lá pelas 6h. “Levanta que isso não é hora de homem estar na cama”, dizia. “Ele fazia pra me irritar”, disse o governador. “Mas pai, eu queria te agradecer por tirar meu cobertor”, disse ele, chorando e abraçando o pai.
Inovação
Nos discursos, Ratinho voltou a insistir nas mesmas teclas básicas de sua campanha. A palavra mais pronunciada foi “moderno”. O governo, segundo ele, precisa fazer uma “ruptura” para ser “inovador”. Um vocabulário muito parecido com o de Beto Richa nos dois últimos mandatos.
Assim como Beto, Ratinho também prometeu cortar desperdícios e mordomias e reduzir o peso do Estado para o contribuinte. Mantendo a secretaria de Infraestrutura e Logística, criada pelo antecessor, Ratinho também prometeu apostar no agronegócio.