Sindicato vai pedir fechamento de escolas particulares até vacinação de professores

Solicitação da entidade leva em conta as taxas de casos que vêm crescendo em Curitiba, onde já há déficit de leitos

A piora dramática da pandemia em Curitiba – o déficit de leitos cresceu 90% nas últimas duas semanas na região metropolitana – vai levar o Sindicato dos Professores no Estado do Paraná (Sinpropar) a pedir o fechamento das escolas particulares da capital até a imunização completa dos professores. Segundo a entidade, o pedido será formalizado nos próximos dias, embora conversas com a prefeitura de Curitiba já estejam acontecendo.

“Está tendo aumento [de casos] e entendemos que a situação está muito perigosa, então vamos pedir para fechar até que haja imunização dos professores”, declarou o professor Lineu Ferreira Ribas, presidente do Sinpropar.

A solicitação da entidade se ampara nos números em alta e também em orientações emitidas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

Documento da Procuradoria Regional do Trabalho da 9ª região, assinado à época da volta às aulas, em fevereiro, recomendou aos estabelecimentos da rede privada de ensino que a retomada fosse colocada em prática apenas após a imunização dos profissionais da educação.

Em Curitiba, professores e demais servidores de escolas com menos de 60 anos começaram a receber doses da vacina contra o coronavírus na semana passada. A partir desta quarta (26), no entanto, o esquema para a categoria será interrompido por causa da falta da entrega de novos lotes, informou a prefeitura.

Alerta

O pedido do Sinpropar será baseado no novo pico de casos que vem sendo registrado na capital.

Há pelo menos duas semanas a cidade vem mostrando piora nos indicadores. Nesta terça-feira, ao prorrogar a bandeira laranja, a prefeitura de Curitiba disse que os indicadores estão muito próximos de um cenário de bandeira vermelha – o estágio mais avançado de restrições, que, pela elaboração inicial, mantém fechados estabelecimentos de ensino em todas as redes. Uma nova análise das taxas será feita na próxima sexta-feira (28), já com o sistema sob colapso.

Neste fim de semana, o estoque de neurobloqueadores utilizados no processo de intubação de pacientes acabou em algumas UPAs da cidade, e a situação exigiu que médicos e enfermeiras passassem a amarrar pacientes nas macas. As taxas em alta indicam que a capital pode estar a caminho da pior onda de Covid até agora.

Em Curitiba, apenas colégios particulares estavam com atividades presenciais, em modelo híbrido, liberadas. O retorno foi autorizado pelo governador Ratinho Jr. em 10 de março, mas interrompido logo depois da entrada das regiões, inclusive Curitiba, em rotina de lockdown. As atividades voltaram para a rede privada, exclusivamente, em 5 de abril.

Nesta segunda-feira (24), porém, três escolas da rede estadual retomaram o ensino em sala de aula como parte do projeto de retorno colocado em prática no início do mês pela Secretaria de Estado da Educação (Seed). Ainda sem uma cobertura completa de imunização, os professores da rede iniciaram greve. Já as escolas da rede municipal de Curitiba seguem apenas com aulas remotas.

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