Parkour como esporte ganha cada vez mais espaço em Curitiba

Modalidade que vence obstáculos urbanos com manobras e acrobacias tem entusiastas na cidade e uma academia que há dez anos atrai novos adeptos

A capacidade de percorrer distâncias urbanas vencendo obstáculos com manobras e acrobacias é um esporte – e o nome dele é parkour. Embora não seja tão famoso quanto outras modalidades radicais – skate, por exemplo –, o parkour tem praticantes fiéis em Curitiba e uma academia que inspira a cena local. 

No começo, foi o gosto pelo jogo de videogame “Assassin’s Creed” que fez o estudante Francisco Baptista, de 18 anos, descobrir o parkour. Quando ele era pequeno, procurava vídeos de pessoas imitando um dos protagonistas do jogo. “Eu achava muito maneiro”, diz. Para quem não conhece o jogo, talvez não entenda sua relação com o parkour, mas o personagem principal da história realiza proezas espetaculares que têm tudo a ver com o esporte.

Parkour

Foi durante umas férias escolares que Francisco teve sua primeira aula de parkour, aos 14 anos. A aula em questão aconteceu na academia Ponto B Parkour, que fica no centro de Curitiba. O estabelecimento existe há dez anos e é a mais antiga academia de parkour da cidade. Além disso, em abril passado, Curitiba sediou um evento de parkour que atraiu atletas de outras partes do país. Foi o PK CWB League 2023.

Jean Carlos Pires, que treina desde 2012, disse que a paixão pelo esporte o fez se tornar professor de parkour. Segundo Jean, a prática do esporte não tem muitas restrições de idade. “Temos aulas para pessoas de 5 a 65 anos – idade do nosso aluno mais velho. Mas as aulas são abertas para pessoas até mais velhas!” , diz o professor, rindo.  

Apesar disso, ele revela que de fato a maioria dos alunos da academia tem entre 5 e 14 anos, mas que qualquer um que busque um esporte alternativo é bem-vindo ao mundo do parkour. “Para fazer parkour, você só precisa ter vontade e criatividade, você tem que querer explorar o espaço que está da maneira mais divertida que puder”, diz. 

Esporte

Maria Luiza Montoya, de 13 anos, é aluna de Jean e treina parkour há um ano e meio. Ela começou no esporte para gastar energia. “O que eu mais gosto de fazer é pular e dos desafios”, diz Maria Luiza. Para ela, o parkour é um esporte de constante aprendizado que traz felicidade e muitas amizades. “Aprendi praticamente do zero, mas sempre estou aprendendo novas técnicas”, diz. 

Segundo o professor Jean, quanto mais complexo o espaço for, mais divertida é a prática. “Se [um percurso] tiver muro, barra ou poste, fica mais divertido. Mas, se não tiver, você ainda consegue usar a criatividade”. 

Parkour como esporte tem apelo grande com crianças e adolescentes. (Foto: Tami Taketani/Plural)

É por isso que, além dos treinos na academia, Francisco aproveita alguns espaços públicos para fazer parkour. Um desses espaços é a praça 29 de Março. Apesar de poder praticar parkour ao ar livre, o estudante explica que não é simples encontrar um espaço adequado. “É preciso criar uma conexão entre os movimentos”, diz. 

PK

Francisco se diz “viciado em parkour”. O vício é tanto que até no nome ele carrega o parkour. Seu nome completo é Francisco Pereira Klüppel Baptista, mas ele prefere abreviar para Francisco PK Baptista e PK é uma das denominações dadas ao parkour. O jovem que começou a treinar aos 14 anos ainda fica incrédulo quando realiza uma acrobacia. “É difícil acreditar que consiga virar mortal”, diz. “Parecia uma coisa muito irreal e distante, um sonho de um dia fazer o que eu via em vídeos.” Mas, treinando, ele acabou conseguindo.

Obstáculos de parkour dentro da academia Ponto B, em Curitiba. (Foto: Tami Taketani/Plural)

Francisco pode até desacreditar de suas habilidades às vezes, mas enquanto salta, gira no ar e aterriza na grama no meio da praça, ele parece ter coragem de sobra e saber exatamente o que está fazendo. Em meio a saltos, giros e escaladas, ele pode até ser confundido com um herói de videogame e quem sabe não incentivar outros a fazer o mesmo.

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