Lucas Barros Moura busca o contraditório nos personagens do livro “Cinza”

Antologia de contos publicada pela Arte e Letra marca a estreia de Lucas Barros Moura na ficção; livro será lançado neste sábado (8)

Neste sábado (8), às 10h30, o escritor Lucas Barros Moura lança seu livro de estreia pela Arte e Letra. A obra se chama “Cinza” e reúne três contos. É uma edição artesanal, numerada e costurada à mão. Além disso, a capa é muito bem sacada, feita em cima da arte “Curva de nível”, de Juliano Fogaça, inspirada no mapa altimétrico de Curitiba – um mapa que mostra o relevo da cidade.

Não à toa, Curitiba é o cenário do melhor conto do livro, “Viação carinhosa”, sobre duas pessoas em situação de rua que tentam sobreviver da melhor maneira que podem. É uma história comovente. E Lucas Barros Moura, paranaense de Tibagi, escreve sobre a cidade de um jeito que se vê pouco: com uma mistura de estranheza e intimidade, como quem descobre os detalhes de um lugar onde vive há bastante tempo. 

Lucas Barros Moura

Em entrevista, Moura explica que começou a escrever os contos em meados do ano passado e que terminou no início deste ano. “Um período em que, política e socialmente, as transformações foram imensas”, diz Moura. “Eu estava e acho que ainda estou processando os anos de pandemia. Sem dúvida, esse contexto influenciou muito a atmosfera das histórias.”

Nos contos, e principalmente em “Viação carinhosa”, Moura reconhece que Curitiba é uma personagem importante – muito porque os personagens da história, Maurício e Yvete, precisam resistir à cidade. Sobreviver a ela. 

“Mas, além de lutar contra o meio, eles precisam lidar com as próprias contradições”, diz o escritor. “Acho que essa é a experiência que me interessa mais; cavar em busca do que há de contraditório nas personagens e assistir ao momento em que as contradições vêm à tona.” 

É essa busca pelo contraditório que orienta também os outros dois contos do livro, “Cachorrinho” e “As sobras”. 

Biografia

Na pequena biografia incluída em “Cinza”, Lucas Barros Moura é definido como “paranaense-mineiro”. Pergunto para ele o que isso significa. “Sou paranaense, mas toda a minha família é mineira. Meus pais e alguns tios vieram de Minas Gerais para o Paraná há mais ou menos 40 anos. Acredito que a nossa escrita é formada também pelas histórias que crescemos ouvindo. Então, embora eu seja paranaense, as histórias com as quais cresci têm um certo sotaque, têm certas imagens que vem de lá.”

Livro

“Cinza”, de Lucas Barros Moura. Arte e Letra, 56 páginas, R$ 30. Contos.

Sobre o/a autor/a

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