Após doações, cozinha comunitária do Parolin é inaugurada

Moradora do bairro, Isete do Rocio cedeu parte do terreno para obra que vai beneficiar catadores e pessoas em situação de rua que vivem nas imediações do Morro do Sabão

Em fevereiro de 2022 um incêndio no Morro do Sabão, no bairro Parolin, em Curitiba, deixou mais de uma centena de desabrigados. Muita gente perdeu tudo e não tinha sequer o que comer. Na rua em frente à entrada do Morro, a costureira Isete do Rocio fez o que pôde para ajudar os vizinhos. Recebeu doações de alimentos e começou a distribuir marmitas em frente de casa.

Da tragédia surgiu uma ideia: e se o Parolin tivesse uma cozinha comunitária? A moradora disponibilizou uma área no terreno em que mora para a família para que isso acontecesse. O  marido e o filho iniciaram a obra com doações recebidas de quem também ficou sensibilizado com o incêndio, contudo, a construção avançou a passos lentos porque não havia dinheiro para aquisição dos materiais.

Quase um ano depois, o servidor aposentado Juarez Varallo Port leu uma reportagem do Plural sobre o desejo de Isete e decidiu fazer a diferença. Mobilizou amigos que reviram o projeto e investiram para viabilizar a construção da cozinha, além de conseguirem doações de empresas. Deu certo, o espaço foi inaugurado no sábado, dia 12 de agosto.

rua do bairro parolin
Cozinha comunitária fica em frente ao Morro do Sabão | Foto: Tami Taketani/Plural.

“Eu quero agradecer ao seu Juarez que veio até aqui e ajudou muito porque a gente sozinho (sic) também não tinha como fazer. E também o Plural que fez a divulgação. Isso aqui é uma coisa muito importante para nossa comunidade”, disse a costureira.

Solidariedade

Além das doações em dinheiro e o projeto, o grupo de amigos também viabilizou equipamentos para que o atendimento pudesse começar. No dia da inauguração, além deles, amigas de Isete e vizinhança foram conhecer a cozinha, porém ainda há tarefas a cumprir.

De acordo com Isete, embora haja freezer e geladeira, eles são de pequeno porte, insuficientes para armazenar mantimentos. A ideia é conseguir maiores ou outros que permitam guardar mais quantidade de alimentos.

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Por enquanto foram servidas refeições com café da manhã, cujo cardápio era coado com pão. E almoço: arroz, feijão e macarrão. “Tudo bem temperadinho. Mas quando tiver carne a gente vai por também nas marmitas”.

Com o espaço adequado para cozinhar, Isete agora precisa de doações de alimentos para garantir um fluxo contínuo de marmitas para catadores de recicláveis do Parolin e pessoas em situação de rua. A iniciativa não conta com intervenção do poder público, principalmente para evitar “politicagem”, conforme a costureira.

Além de carne, também existe a necessidade de leite, porque muitas crianças também frequentam a cozinha. A ajuda pode ser entregue diretamente para a costureira. O telefone para contato é (41) 99908-7791.

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