A respeito de passear no cemitério

Larissa Nicolosi, formada pela UFPR, mostra como é conhecer o cemitério mais antigo de Curitiba

Esta publicação faz parte do Festival de Jornalismo Literário, organizado em parceria pelo Plural e faculdades de jornalismo de Curitiba e Ponta Grossa. O livro-reportagem de Larissa Nicolosi foi publicado em capítulos. Leia a segunda parte aqui. A terceira parte está aqui. A quarta está aqui.

Num momento em que os velórios ficaram mais curtos, a cremação ganha se torna mais comum e a morte é cada vez mais ignorada, um fenômeno vem na contramão de todo o resto: cresce o número de pessoas que se ocupam em bater ponto no cemitério. As chamadas “visitas guiadas” oferecem um tour pelo local a fim de reafirmar que a cultura e a arte também têm ali sua morada. Cemitérios se tornaram protagonistas – o Municipal São Francisco de Paula, em Curitiba, entre eles. Além de ser o mais antigo – e o mais requintado da capital paranaense –, tornou-se também o mais frequentado por grupos. Só faltam tomar ali um chá da tarde.

A visita guiada acontece desde 2011, regularizando-se pelo menos duas vezes por mês depois de um tempo. Entrou para o calendário da cidade, tanto quanto o badalado coro de crianças que  cantam  nas  janelas  do  Palácio Avenida a  cada  Natal.  Os grupos são formados por pelo menos 40 interessados, que chegam cedo.

O primeiro cemitério de Curitiba abre seus portões às 9 horas, junto com o horário marcado para a visita padrão ou temática. A visita noturna, trimestral, acontece às 19 horas. O cortejo é guiado pela pesquisadora cemiterial Clarissa Grassi, 42 anos, sem a qual não se conta essa história. Clarissa é a alma do negócio.

Na entrada, a guia faz uma pequena palestra sobre cultura da morte e nascimento dos cemitérios, de modo a ambientar os presentes. Mesmo para quem já fez a visita, a palavra de ordem é ouvir. O silêncio impera. Um ritual se repete: Clarissa pergunta quem está visitando o “São Francisco de Paula” pela primeira vez. Em meio às várias mãos levantadas, numa das visitas reportadas para este livro, em janeiro de 2019, se encontra um grupo de amigas. Tiveram de vencer um “medinho”, admitem, e até fizeram um pacto antes de chegar: “Ninguém solta a mão de ninguém” (risos). Para incentivar ainda mais a não soltar a mão de ninguém, as meninas escolheram o turno da noite para sua “primeira vez” no cemitério. Mas o clima não é igual para todo mundo:  tem  quem  entre  na  visita  com  espírito  de  aventura. Outros, para quebrar tabus.


O veterano da imprensa americana Gay Talese, festejado por seus perfis tanto de astros, como Frank Sinatra, como de desconhecidos, a exemplo dos operários que construíram a Ponte do Bronx, deixou um texto na medida certa para explicar o que acontece na mais importante cidade do seu país. O trabalho se chama “Nova York:  a  jornada  de  um  serendipitoso” e  integra a coletânea Fama e anonimato, publicada no Brasil em 2004. A tal jornada – produzida na primeira metade dos anos 1960 – é formada por cinco textos, sendo o primeiro deles “Nova York é  uma  cidade  de coisas que  passam  despercebidas” ou “onde coisas estranhas acontecem”. A expressão vale para a Big Apple, mas, permitam, também serve para o Cemitério Municipal São Francisco de Paula. Da bancada do Serviço Funerário Municipal – onde enlutados se debruçam para encaminhar o funeral – até a última quadra de túmulos, coisas curiosas acontecem. Se os visitantes não sabem disso, pelo menos suspeitam.

Dizia Talese em seu texto, que coincide com o caso do Cemitério: “Nova York é uma cidade para excêntricos e uma central de pequenas curiosidades.”


O Cemitério Municipal São Francisco de Paula abriga algo próximo de 95 mil mortos, de acordo com dados da própria secretaria do local e, também, das pesquisas de Clarissa Grassi. Equivale a aproximadamente um Maracanã lotado. Seja nos seus tours mensais ou numa conversa dos funcionários do cemitério, que não escondem a vontade de fazer uma festa no campo santo, como se dizia, a vida ali não para. Enquanto as floristas aguardam o próximo cliente, que varia de um casal apaixonado até uma família enlutada, Chiquinho, o gato de uma dessas vendedoras, se aproxima do grupo que aguarda a visita guiada, buscando um afago e, ao mesmo tempo, deixando o clima cômico por ser um felino preto num cemitério.

Em um momento de afastamento escapista com a morte e a persistente ideia de fingir que ela não existe, cada vez mais o número de visitantes cresce e o cemitério se torna turístico. Pode até soar estranho. É o que filósofos, como o francês Gilles Lipovetsky, chamam de bipolaridade de uma época, ou “era dos excessos”, como ele diz, parodiando a expressão famosa do historiador Eric Hobsbawm: estamos na era dos extremos.

Estima-se que em um ano, mais de duas mil pessoas participem do passeio, cerca de 200 por mês. No primeiro ano de visitação, 2011, o número foi de 102 inscritos, com crescimento de quase 2.000% até 2019 e procura mais acentuada a partir de 2016, quando o programa de visitação foi incluído na gestão do prefeito Rafael Greca de Macedo, eleito naquele mesmo ano.

Frequentar as visitas guiadas ao cemitério é um experimento social. Contar que faz parte do grupo, também. Na devida proporção, equivale a se dizer membro de uma expedição amazônica. Ouve-se de tudo, desde comentários repletos de curiosidade até os mais negativos. Nessas horas, frequentadores e não frequentadores de cemitérios, em circunstâncias comuns, verbalizam o medo do desconhecido e colocam para fora todas as arestas do tema. São argumentos do tipo “cemitério não é lugar de passeio”, “cemitério bom é o cemitério-parque, afinal, nem parece um cemitério”. Velar alguém por horas a fio, assim como nos séculos passados, parece balela e mórbido para alguns. Atual mesmo é sumir com o corpo e manter o velório nas redes sociais, um textinho ali, uma foto acolá. A memória pode ser perpétua, já que “a morte não é nada”, tal qual diz o texto de Santo Agostinho. Escolher o revestimento da morada eterna? Nem pensar, “não fala disso aqui dentro de casa, menino”. Seguido de um “tira essa roupa inteira e coloca para lavar. Não quero terra de cemitério aqui dentro de casa”. E olha que nem terra tem mais nos cemitérios tradicionais.

Gato preto em campo santo. Foto: Larissa Nicolosi

Em miúdos, visitar o “São Francisco” pelas mãos de Clarissa Grassi é uma forma indireta de visitar o proibitivo tema da morte. O assunto aparece despistado na arquitetura dos túmulos, nos faits divers sobre alguns dos sepultados. O medo da morte e do destino pode dar lugar a outra perspectiva quando, no mundo inteiro, os espaços mortuários promovem um olhar que ressalta a arquitetura, história e cultura de uma cidade. A vida passa pelas ruas, pelos bairros, monumentos, praças. Passa pelos cemitérios.


O projeto das visitas guiadas em Curitiba acontece há pelo menos sete anos. Estima-se que nesse tempo, mais de 10 mil pessoas se interessaram em ouvir, in loco, histórias sobre Maria Bueno, a milagreira “oficial” dos curitibanos, uma lavadeira assassinada no final do século 19; e sobre a pirâmide amarela da Família Glasser, assim chamado um dos túmulos mais excêntricos do conjunto. Em 2019, o cemitério completa 165 anos e, de presente, seu processo de tombamento está a todo vapor; estima-se que até 2021 o festejo se complete com a finalização do parecer que destaca os túmulos que devem ser tombados pelo Patrimônio Histórico Municipal.

Enquanto isso, tal como em Nova York, a cidade onde coisas estranhas acontecem, encostado no muro, seu Sebastião da Silva, o pedreiro mais antigo do cemitério, volta de mais um enterro bem sucedido. Ele senta com os outros funcionários e conta das grandes viagens que já fez com seu Uninho, Brasil afora. Lá embaixo, o silêncio respeita as famílias que estão fazendo uma Ficha de Acompanhamento Funeral. Nos arredores, as funerárias, abundantes na vizinhança, aguardam para saber de quem é a vez (em Curitiba, o sistema é por rodízio), skatistas fazem suas manobras na Pista do Gaúcho e o melhor Pão com Bolinho da cidade espera os clientes no Bar do Pudim – espaços famosos de Curitiba, instalados ao lado do “São Francisco”. A vida não para, com perdão do clichê.

Algumas quadras ladeira abaixo, permanece a todo vapor um dos points mais conhecidos e movimentados dos jovens da capital paranaense. O Largo da Ordem também abriga um cadáver ou outro embaixo das suas centenárias igrejinhas, mas não é todo mundo que sabe disso ou, ao menos, que sabe e fica sereno com a informação. As religiões se misturam no pequeno Centro Histórico, cada uma com sua perspectiva sobre o depois e com a mesma certeza: todo mundo vai morrer.

No coração de Curitiba se encontram inclusive templos católicos neocoloniais. Segundo o censo do IBGE de 2010, o catolicismo representa a fé de cerca de 60% da população curitibana, seguido pelos evangélicos com 20% e os espíritas, com quase 3%. Além das religiões citadas, o bairro São Francisco também acolhe a colorida Sociedade Hare Krishna, com o hinduísmo; e a turística Mesquita Iman Ali Ibn Abi Tálib, além de duas igrejas luteranas, confissão marcante na histórica da capital paranaense – sendo que numa delas parte do culto ainda é em alemão. A finitude da vida não é segredo para nenhuma das crenças.

Se tem medo disso ou não, responda com clareza: o medo é da morte ou do cemitério? Você acredita que sejamos como os zumbis de Thriller do Rei do Pop Michael Jackson ou mais para Sam Wheat do aclamado drama Ghost: do outro lado da vida? Para quem trabalha no cemitério, não passamos de um fantasminha camarada que fica quietinho (ainda bem).

O passeio já começou.


Morte e vida, Curitiba: um passeio no cemitério público mais antigo da capital paranaense

A história da cidade de Curitiba se mistura com a de seus mortos. Os 165 anos de história do Cemitério Municipal São Francisco  de  Paula, comemorados  em  2019, guardam  muitas memórias embaixo de 5.743 túmulos, que servem de “morada eterna”, com  se  diz  na  piedade  popular, para  mais  de  95  mil mortos. Num momento em que a morte apavora – por sua violência ou por contradizer o hedonismo contemporâneo – e é cada vez mais escondida, um fenômeno vem em sentido contrário: as visitas guiadas, que, com condução de Clarissa Grassi, viraram atrações turísticas e uma aula a céu aberto.

Quando Clarissa caminhava pelo silêncio dos cemitérios, isso antes de pensar em ser pesquisadora, se sentia tão curiosa quanto os que se inscrevem para as visitas guiadas que ela ministra. Logo que a pesquisadora começou as visitas, em 2011, levou 102 curiosos para o passeio. Desde esse ano até julho de 2019, foram 10.031 participantes.

No começo, as visitas eram voluntárias. Clarissa não ganhava nada por elas, mas tinha a oportunidade de repassar o conhecimento que acumulou sobre o local e descobrir sobre seu público visitante. Somente em 2016, com a eleição do prefeito Rafael Greca de Macedo (DEM), a proposta foi implantada oficialmente no calendário da cidade, junto à Fundação Cultural de Curitiba (FCC), o equivalente local às secretarias de cultura. Foi quando a atração caiu no gosto de grupos, famílias e solitários, sem distinção: mais de mil pessoas anualmente passaram a conhecer o cemitério não apenas por ocasião do Dia de Finados, mas ao longo do ano de forma diferenciada, lúdica e cultural. Pelo menos duas vezes por mês acontecem as visitas-padrão, aos sábados de manhã, com três horas de duração. A cada trimestre, coincidindo com outubro, o mês do Halloween, ocorrem as visitas noturnas, com três turmas para atender à grande demanda.

As visitas consistem em duas partes: a primeira é uma pe- quena palestra de uma hora em que Grassi comenta sobre a criação dos cemitérios, sobretudo do Cemitério Municipal São Francisco de Paula. Trata, em paralelo, dos diferentes sentidos que permeiam a relação da sociedade com a morte. Ela é clara quando questionada sobre a importância da conversa inicial com os visitantes.

“Não faz sentido entrar ali e não saber a importância do cemitério e um pouco do que há por trás da história desses espaços.”

O avanço das visitas guiadas é um fenômeno contra a maré. Há um tabu ancestral ligado à morte e, por consequência, à prática de fingir que ela não existe. Exemplo clássico é o pavor do morto e do cemitério, o medo constante de a figura assustadora, retratada como uma caveira de capuz preto e foice, chegar e acabar com a vida. Se a ideia de andar num cemitério em rituais fúnebres pode ser repulsiva, a de passear por ali, sem a desculpa de estar num cortejo, corria o risco de ser encarada com nariz torcido. Mas se deu o contrário: as visitas guiadas pelo Cemitério Municipal São Francisco de Paula tiveram uma adesão positiva que cresce ano após ano, com previsão de fechar 2019 com pelo menos 2,5 mil participantes.

Foto: Paulo Berbeka

Quem integra o tour confere de perto a história de cada rua do “Municipal”. A trajetória de Ildefonso Pereira Correia, o barão do Serro Azul (1849-1894), por exemplo, ajuda a nutrir a memória política da capital paranaense; o túmulo de Victor Ferreira  do  Amaral  (1862-1953), médico  e  político, é  essencial para entender o nascimento da primeira universidade do país, a Universidade Federal do Paraná, em 1912, já que Amaral foi o  fundador  da  instituição.  Isso  para  citar  dois, pois  também se  tem  artistas, arquitetos, pesquisadores  e  pioneiros  na  lista dos falecidos. Por ser o primeiro cemitério público de Curitiba, fundado  em  1854,  o  local  guarda  quem  colaborou  no  crescimento da cidade, década após década.

Os grupos geralmente são compostos por mais de 40 pessoas, de idades variadas, pendendo mais para a faixa dos 21 a 40 anos. Para entender o que motiva as inscrições e as impressões dos participantes, duas pesquisas foram realizadas entre março e abril de 2019, contando com 308 respostas (ver capítulo “o que te traz ao cemitério?”). O motivo para fazer a visita é, principal- mente, a curiosidade. Junto dela vem o incentivo de quem já foi e indicou para os outros.

Quem vai, costuma voltar e, se não pode revisitar, indica para quem ainda não foi. Outro ponto interessante é que apenas três respostas das 308 indicaram que o impacto da visita foi abaixo de 5, numa escala de 1 a 10.

A satisfação das visitas é comprovada, além da pesquisa, com a salva de palmas no final de cada encontro, além de, claro, o sinto- ma da procura alta, mesmo para conseguir uma vaga nas visitas-padrão. As noturnas são as mais populares, com esgotamento das três turmas em menos de três minutos, via inscrição na internet. As temáticas acontecem no formato matutino, assim como a padrão, sempre aos sábados; essas e as visitas comuns esgotam mais lentamente. Não há uma regra, mas esgotam antes que o tour aconteça. A confirmação de vagas se dá por e-mail. Além disso, cada visita é marcada por uma foto no final, no túmulo escolhido pelo grupo, e postada na página oficial da visitação e também no perfil pessoal da guia Clarissa Grassi.

O cemitério não é só dos mortos

A palavra “necrópole”, usada pelos pesquisadores de arte ce- miterial e historiadores do ramo, pode ser usada para definir o Cemitério Municipal São Francisco de Paula. A denominação grega significa “cidade dos mortos”. Mas não só de mortos vive a cidade localizada no coração do antigo bairro São Francisco, em Curitiba. Os funcionários também são parte importante para que tudo aconteça corretamente por ali.

Durante as pesquisas para este livro, foi possível acompanhar a rotina do Serviço Funerário Municipal, responsável pe- los trâmites de sepultamento na capital. O silêncio respeitoso pelas famílias enlutadas dá lugar também às piadas rotineiras dos trabalhadores, nos bastidores. O operariado do “Municipal” classifica o emprego como tranquilo, “já que a clientela não incomoda”, mas não nega que teve de se acostumar com casos sensíveis com os quais se deparou e com a própria morte.

Subindo as escadas que começam na Rua João Manoel, vê-se o portal de entrada do cemitério, na Praça Padre João Sotto Maior. Ao lado, floriculturas e as capelas para velório. Inês de Jesus e Maria Ferreira, mulheres na casa dos 50 e 60 anos. Dali de cima, onde se encontram os quiosques de flores, elas podem acompanhar tudo o que acontece no lado de fora. Comentam a queda das vendas. “O movimento caiu”, dizem, por causa da autorização dos mercados em vender flores, e com a praticidade das flores de plástico, adotadas em massa depois das campanhas contra a dengue e o zika vírus. Vaso de flor virou sinônimo de água parada.

Dentro, os pedreiros e zeladores não perdem um bom papo. O mais antigo deles, Sebastião da Silva, está no “São Francisco de  Paula” há  mais  de  50  anos  e  sabe  reconhecer  de  longe  os olhares perdidos. Indica as quadras para os visitantes e apro- veita a deixa para conversar. Detalhe: quando os funcionários são questionados sobre o cemitério, a primeira resposta é única entre eles: “Já falou com a Clarissa?”

Clarissa Grassi é uma peça importante do local. Virou figurinha registrada do primeiro cemitério público de Curitiba. Há o antes e o depois dela. Simplesmente, aconteceu. A relações públicas e pesquisadora cemiterial e de arte tumular é agora diretora do Departamento de Serviços Especiais da Prefeitura. Até pouco tempo, era uma voluntária que conduzia grupos por ruelas cercadas de jazigos por todos os lados. Para ela, a nova função é o fechamento de um ciclo, algo que nunca imaginou, mas que ao mesmo tempo a enche de alegria. Seu interesse por cemitérios veio desde criança, já que neles encontrava um sos- sego que não via na cidade.

Questionada sobre as visitas guiadas, agora espremidas com o aumento das responsabilidades na prefeitura, Grassi afirma que não pretende parar e seguirá normalmente. A rotina dela é cheia, em especial com o processo de tombamento do Cemitério Municipal São Francisco de Paula. O trâmite contempla túmulos que servem de referência histórica, arquitetônica e cultural para Curitiba. Clarissa conta a importância do projeto.

“Além de proteger essas construções de possíveis demolições, o tombamento é uma maneira de mostrar o que significam para a cidade. Todos os túmulos ali contam alguma história.”

O  processo  tem  previsão  de  término  em  2021.  As  visitas continuam e há um projeto de visitação para o Cemitério Municipal  Água Verde, também  longevo, perto  do  Centro, na antiga colônia dos italianos no Paraná.

O fenômeno das visitas não é único, visto que outras cidades do Brasil aderiram à moda do passeio, como São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Pelo mundo, cemitérios mais antigos como os franceses Père-Lachaise e Inocentes e o argentino Recoleta também atraem olhares e visitantes.

Enquanto isso, a “cidade dos mortos” curitibana vai ganhando seu espaço como atração turística e continua a fluir normalmente. Ali, todo mundo conta alguma coisa, mesmo no silêncio. E assim os capítulos da história continuam sendo escritos, seja a partir dos mortos, seja a partir dos vivos.

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