Conheça 4 pizzarias em Curitiba que fogem do comum

A terra é redonda – mas a pizza em Curitiba, não necessariamente. Conheça 4 pizzarias que surpreendem pelo formato, preço, sabor e até tradição

Água e farinha. Essa combinação foi feita pela primeira vez há mais de 5 mil anos e rendeu boa parte dos produtos que consumimos até hoje. Com o tempo, as descobertas de diferentes alimentos e combinações à base desses dois ingredientes foram ganhando novos contornos. Se aprimorando, digamos. Até que, finalmente, chegamos à tão consumida pizza. Essa história talvez você já esteja cansado de saber, mas aposto que tem informações e curiosidades sobre a pizza atual que você ainda não conhece ou não se deu conta.

  1. O Brasil é o segundo maior consumidor de pizza no mundo, depois dos EUA (Itália, acredite se quiser, fica em quarto lugar).
  2. Em 2008, foram registradas 11.854 pizzarias no Brasil. Em 2020, esse número chegou a 112 mil estabelecimentos.
  3. São Paulo, claro, é o estado que mais consome o produto no país, chegando a 1.3 milhões de pizzas por dia.
  4. O Paraná é o 5º estado que mais possui pizzarias abertas no Brasil.
  5. E, no ranking das mais pedidas, segundo levantamento feito pelo iFood em 2022, temos: calabresa; frango com queijo cremoso; mussarela; margherita; portuguesa.
    (Fonte: Associação Pizzarias Unidas do Brasil)

Passado tanto tempo desde a sua criação, a verdade é que já vimos de tudo ao redor do mundo quando o assunto é pizza. Desde pizza doce, passando pelas bordas recheadas até chegar aos sabores inusitados, como… strogonoff. No entanto, novas “modalidades” de pizza estão se popularizando nesse mercado tão agitado. Massa de fermentação natural – longa fermentação, alta hidratação –, pizza sem molho, as “verdadeiras” napolitanas (será?), pizza retangular e até pizzas de outros países.
Sem apelar para recheios estapafúrdios, listamos algumas pizzarias de Curitiba que surpreendem pelo formato, preço, sabor e até tradição. 

Veja qual pizza em Curitiba mais combina com o seu estilo

Pizza Itália, a tradicional de Curitiba

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Tida como a primeira pizzaria de Curitiba, a Pizza Itália serve uma receita simples e sem frescura. (Foto: Renata Vidal/Plural)

Por que a Pizza Itália está no topo da lista, se ela não traz nenhuma novidade? Eu moro há 18 anos na cidade e nunca tinha ido à tradicional pizzaria curitibana. São 53 anos localizada no mesmo endereço, fazendo a mesma massa, o mesmo molho de tomate (produzido no local, com tomate de verdade) e pasme: somente há bem pouco tempo – menos de 5 anos – novos sabores foram introduzidos ao cardápio. Antes, só mussarela.

Leva tempo para quem é de fora entender o significado de gostinho de infância que existe para os nascidos aqui. Pegar intimidade, sabe? E posso dizer tranquilamente, foi uma experiência surpreendentemente gostosa. Sentar-me junto ao balcão de atendimento, contemplar as paredes cobertas pelos azulejos antigos, ver o forno original funcionando e famílias com filhos, netos, bisnetos entrando para seguir a rotina costumeira de tempos que não voltam mais… valeu a espera. A pizza? Tem gosto de casa de vó aos domingos, é macia, simples, sem frescura. Tida como a primeira pizzaria de Curitiba, a Pizza Itália vai sempre encantar pelas histórias que serve, pelas lembranças que carrega e pelo seu diferencial singular: a tradição.

Pizza Mussarela: R$ 11 (fatia) ou R$ 69,50 (pizza inteira)
Pizza Presunto, Pepperoni, Milho ou Milho com vina: R$ 12 (fatia)
Pizza Presunto ou Pepperoni: R$ 74,50 (pizza inteira)

Pizza Itália_Av. Cândido Lopes, 229, Centro. Segunda a sexta, das 9h às 19h30.  Sábado, das 9h às 15h30.

Baba Salim, a pizza “estrangeira” 

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A pizza do Baba Salim tem, além do formato singular, muito gergelim na borda e não leva molho de tomate. (Foto: Marcelo Krelling/Divulgação)

Vamos esclarecer logo: você não vai encontrar esse tipo de pizza no Líbano. Segundo Nazha Chiah, o máximo que você pode comer por lá são as Manakish ou a Fatayer, que até lembram, porém não são pizzas. A pizza do Baba Salim é uma invenção do irmão de Nazha, Hussein Chiah. Em 1990, quando a família abriu a Casa Da Esfiha do Hussein, ele teve a ideia de juntar sua habilidade como mestre em esfihas (título que ele trouxe do seu país de origem) à “massa” tradicional da região para criar a sua versão do que poderia ser uma pizza libanesa. “Não é uma pizza propriamente dita. Parece uma esfiha gigantesca com formato de olho”, explica Nazha, que colocou a invenção do irmão no cardápio alguns anos depois de abrir o Baba Salim. A “pizza”, além do formato diferente, tem uma borda com muito gergelim e não leva molho de tomate. Hoje, são quatro sabores: a tradicional mussarela (R$ 57,90, 8 pedaços), frango com catupiry, bolonhesa ou calabresa (R$ 59,90, 8 pedaços). 

Baba Salim_R. Doutor Faivre, 763, Centro. Segunda a sábado, das 18h às 23h.

Romanvs, a pizza romana

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A crocância e o formato retangular são marcas da pizza romana. (Foto: Divulgação)

Se foi na Itália que a mistura de farinha e água ganhou nova roupagem e se transformou neste prato apreciado no mundo todo, também é lá que encontramos formas diferentes de produção e apresentação das pizzas. E, claro, trouxemos para cá. É o caso da chamada pizza romana, também conhecida como pizza na teglia ou telha. Esclarecendo: teglia é a assadeira onde a pizza é a assada e, no caso da romana, ela é retangular. Pois é, o mundo é redondo, já sabemos (?), mas nem toda pizza é feita em assadeiras circulares. “Quando vi aquelas vitrines em Roma lotadas de pizzas coloridas e retangulares, me toquei que não tínhamos em Curitiba nada parecido com isso”, conta Alexandre Barros, sócio da Romanvs.

A pizzaria abriu em outubro de 2021, depois de meses de testes de farinha, tempo de fermentação e recheios para chegar o mais perto possível daquele sabor que ele provou na Itália. “A pizza romana é diferente dos outros tipos de pizza pela crocância, pela alta hidratação, pela maciez – ela precisa derreter na boca -, e pelos insumos. Podemos brincar com a mistura dos ingredientes”, conta Alexandre.

Entre os sabores diferenciados, a Romanvs tem a Carbonara, feita com Guanciale in fatte (embutido italiano), finalizada com Zabaione e Pecorino Romano; a Brie Premium, com salsa de trufas e mel de abelha silvestre; a Brisket Defumado; e a Sweet Bluecheese, uma massa bianca (que não leva molho vermelho); com mussarela Grattuciatta, creme de gorgonzola e castanhas caramelizadas. Os preços variam de acordo com o recheio e o tamanho: pizza média em torno de R$ 40 a R$ 69 (serve até 2 pessoas) e pizza grande de R$ 75 a R$ 120 (serve 3 a 4 pessoas).

Romanvs_R. São Sebastião, 575, Ahú. Diariamente, das 18h às 22h30. (41) 3090-0575.

Madá, a pizza napolitana

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O Madá, em Curitiba, segue as regras da pizza napolitana: dos ingredientes à temperatura do forno. (Foto: Munir Bucair/Divulgação)

Perguntar para Beto Madalosso qual a diferença da pizza napolitana para as demais é receber uma aula sobre o assunto. O rapaz entende do negócio, não é à toa que está em seu 4º empreendimento próprio e em quase todos com pizza no cardápio. “Para servir uma verdadeira pizza napolitana, você precisa seguir as regras, as diretrizes, e isso está relacionado com os ingredientes – que devem ser todos italianos –, passando pela produção até a temperatura do forno”, ressalta o chef e empresário. O Madá Pizza & Vinho, criado em 2019, se dedica a fazer a “vera pizza napoletana”.

Feita com fermentação natural de longa duração (em média 48h), é uma massa que não pode ser aberta no rolo ou em máquina (é uma heresia, aliás). O forno precisa estar a uma temperatura média de 430 graus e tem uma cocção muito rápida, de um minuto e meio em média. “Tentamos cumprir aqui as regras de um modo geral, mas nem todas conseguimos”, confessa Beto, que faz questão de ressaltar: “só porque não consigo trazer a mozzarela da Itália, mas todos os demais ingredientes seguem à risca o estabelecido por lei, assim como a produção e a execução da massa”, esclarece.

As coberturas também são um caso à parte, já que para a pizza napolitana são duas específicas: a marguerita (molho de tomate, azeite de oliva, mozzarella e manjericão) e a marinara (só molho de tomate, azeite de oliva, alho laminado e manjericão). “Elas são as matrizes e, a partir delas, começam as derivações, como a aliche”, diz ele. No Madá, as pizzas são individuais e os valores ficam entre R$ 55 e R$ 80.

Madá Centro_R. Saldanha Marinho, 1230, Centro. Diariamente, das 18h30 às 23h.
Madá Ecoville_R. Dr. Brasílio Vicente de Castro, 111, Campo Comprido. Segunda a sexta, das 12h às 14h; terça a domingo, das 18h às 23h.

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1 comentário em “Conheça 4 pizzarias em Curitiba que fogem do comum”

  1. Ainda não tive o privilégio de comer uma pizza de verdade em Curitiba, apesar de experimentar várias, geralmente massa encruada, pesada.
    Quando o segredo está na fermentação, qualidade dos ingredientes

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