Aulas presenciais voltam a ser suspensas em universidades de Curitiba

Novo decreto estadual proíbe retomada de atividades também em escolas públicas e privadas do PR

O vai e volta da retomada das aulas no Paraná diante da pandemia do coronavírus ganhou novo capítulo. Um novo decreto do Executivo Estadual, publicado no Diário Oficial da última sexta-feira (19), determinou a inclusão de escolas e universidades particulares nas diretrizes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) sobre volta às aulas. Até então, a Rede Privada tinha certa autonomia para decidir regras e datas. Com a mudança, o impacto mais imediato é a interrupção das aulas presenciais já retomadas no Ensino Superior de Curitiba.

Na prática, o novo decreto coloca nas mãos da Sesa a decisão de quando todas as instituições de ensino do Paraná poderão voltar às aulas presenciais. O decreto anterior (4.230/20) era válido apenas para escolas e universidades públicas estaduais e, em extensão, para o Ensino Municipal. A Rede Privada seguia critérios à parte.

A nova medida afeta, sobretudo, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e a Universidade Positivo (UP). Na PUCPR, acadêmicos de Medicina, Odontologia, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e Clínica Veterinária voltaram para aulas práticas e estágios no dia 1º de setembro. A UP igualmente já havia liberado o retorno de 500 alunos dos cursos de Medicina e Odontologia, conforme mostrou o Plural.

A Sesa garantiu que o atual regulamento determina a interrupção de trabalhos presenciais reiniciados. Segundo a pasta, a decisão se baseou no cenário epidemiológico do Paraná, que “neste momento não permite o retorno das atividades escolares presenciais, sejam elas públicas ou particulares”.

Com o novo texto, PUCPR e UP terão de voltar a adotar aulas 100% on-line, mas nenhuma das universidades deixou claro se já cumpriu com a determinação.

Ao Plural, a PUCPR informou que, embora o planejamento das atividades práticas presenciais tenha sido avaliado e aprovado pela Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, “todas as iniciativas serão submetidas ao novo fluxo, com a devida apreciação por parte da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, conforme previsto no artigo 2º, parágrafo segundo, do referido ato normativo”.

A UP também não esclareceu se já está cumprindo com a nova determinação e comunicou que aguarda nova normativa da Sesa “sobre a suspensão das atividades, e informa que acatará imediatamente, assim que publicada.”

A normativa citada pelas duas instituições, no entanto, diz respeito à “retomada das atividades no âmbito acadêmico” e não à suspensão – que, segundo a própria pasta, já está definida.

Tanto na PUC quanto na UP houve readequações estruturais e reforço na desinfecção de ambientes. Mas, mesmo com atividades facultativas e com tempo reduzido, alunos das duas universidades disseram se sentir inseguros com os ambientes e com os riscos de contaminação durante as aulas presenciais.

Apesar do Paraná estar em um cenário de estabilidade em relação ao número de casos, as confirmações de Covid-19 seguem extrapolando diariamente a casa de mil novos doentes. Em Curitiba, a Prefeitura decidiu, na última sexta-feira (18), prorrogar por mais uma semana a ‘bandeira laranja’, de risco moderado, que reduz o horário de funcionamento de comércios de rua e fecha serviços de bares e restaurantes, incluindo a chamada “quarentena de domingo”.

Vai e volta

Assinado pelo governador Ratinho Jr (PSD) e pelos secretários de Estado da Saúde, Beto Preto, e da Casa Civil, Guto Silva, o novo decreto começou a valer em uma semana de polêmicas para as escolas de Capital.

Ainda na sexta-feira (18), o Colégio Militar de Curitiba (CMC) anunciou ter desistido de retomar as aulas a partir desta segunda (21). Em comunicado aos estudantes, o comandante da instituição Federal, Guilherme Azambuja Carrilho do Rego Barros, alegou a ‘bandeira laranja’ para justificar o adiamento.

Dois dias antes, manifestação do Ministério Público do Paraná (MP-PR) fez a Prefeitura da Capital recuar na decisão de autorizar o retorno das aulas presenciais extracurriculares nas escolas particulares. As normas da Secretaria Municipal da Saúde liberavam aulas de esportes, idiomas, música, reforço e apoio pedagógico em 516 escolas particulares da Educação Básica. Elas foram revogadas diante da possibilidade de responsabilização administrativa, cível e criminal dos membros do Comitê de Técnica e Ética Médica do Executivo municipal.

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2 comentários em “Aulas presenciais voltam a ser suspensas em universidades de Curitiba”

  1. É uma falta de respeito com os alunos, tudo pode funcionar, prais lotadas, mercado, bares, comércio, menos as escolas, uma palhaçada. É cômodo para estes politicos trancarem as escolas, quanto mais pessoas ignorantes melhor pra eles.

  2. José Afonso de Araújo Moura

    Eu acho um absurdo, tudo está funcionando , feriados as praias cheias, as escolas com todo controle de higiene, não pode voltar. Muita desorganização, uma hora sim outra não, não tem uma linha de ação, planejamento. Simplesmente absurdo, vamos trabalhar gente.

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