Curitiba tem enfrentado nas últimas semanas uma sobrecarga em sua rede de saúde, especialmente nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que têm sido alvo de reclamações de superlotação. A chegada do outono, com maior incidência de doenças respiratórias, aliada a uma epidemia de dengue, tem aumentado a demanda por atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (SIMEPAR), a sobrecarga nas UPAs de Curitiba não é um fenômeno recente. O sindicato atribui essa sobrecarga a dois motivos principais: a falta de médicos nas Unidades Básicas de Saúde e a pressão para que as consultas sejam cada vez mais rápidas.
O sindicato afirma que o número de médicos nas escalas de plantão das UPAs está cada vez mais reduzido, sendo atualmente bem menor do que há dez ou doze anos. Outro agravante é a constante pressão para que as consultas sejam cada vez mais curtas, o que diminui a resolutividade dos casos.
Nesse cenário, o paciente acaba sendo mal atendido e, com isso, a chance de não receber um diagnóstico completo pode fazer com que os pacientes retornem à UPA. Em alguns relatos, os médicos dizem que os “controladores de fluxo”, responsáveis por encaminhar os pacientes até o consultório, pressionam os médicos para que o atendimento seja acelerado.
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O sindicato defende que, para melhorar o sistema de saúde de Curitiba, é necessário contratar mais médicos e reforçar a oferta de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde. Além da contratação de mais médicos, é preciso contratar um número suficiente de profissionais de enfermagem.
A Secretaria Municipal de Saúde planeja anunciar um “plano de contingência” para tentar minimizar a superlotação na saúde de Curitiba. Nos próximos dias, deve ocorrer a separação dos atendimentos de casos respiratórios dos atendimentos de dengue. Outra mudança é que os médicos das UPAs terão a carga horária ampliada e tendas serão instaladas.