SMS anuncia plano de contingência após superlotação nas UPAs

No início do mês uma idosa morreu na unidade do Cajuru após esperar 7 horas por internamento

A prefeitura de Curitiba vai iniciar um “plano de contingência” após reclamações de superlotação e até morte em Unidades de Pronto-Atendimento. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) casos respiratórios e dengue aumentaram a demanda de usuários.

Além da dengue e dos casos respiratórios, a superlotação também atinge hospitais, principalmente para atendimento em traumas. Segundo a superintendente de Gestão em Saúde da SMS, Flávia Quadros a delonga no atendimento ocorre porque há cirurgias eletivas, ou seja, aquelas que o paciente demora meses ou até anos para ser chamado.

“Na pandemia usamos esse recurso de suspender as cirurgias eletivas algumas vezes para aliviar a pressão do sistema, mas entendemos que neste momento não podemos deixar de atender essas situações”, disse.

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Já a secretária, Beatriz Battistella, afirmou que pessoas doentes só devem ir às UPAs em casos graves. “Quando alguém está esperando na UPA, sempre tem que lembrar que alguém está sendo atendido”, explicou, sobre a demora.

Repercussão

Na câmara de vereadores parlamentares cobraram providências da prefeitura e debateram sobre o cenário preocupante da saúde em Curitiba. A Comissão de Saúde deve requerer agenda com a secretária Battistella.

A vereadora Maria Leticia (PV) afirmou que o cenário é de sindemia, que é quando vários tipos de doença acometem muita gente ao mesmo tempo. Ela também citou dados e alertou sobre a falta de pessoal. De acordo com a parlamentar as equipes de saúde aumentaram 3% enquanto os atendimentos subiram 47%.

“Se eu tenho recursos, mas não tenho pessoal, qual é o resultado? As pessoas estão morrendo”, disse a parlamentar.

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Uma dessas pessoas foi Sandra Helena Fernandes Lazerri, 61, que faleceu no vítima de um AVC após aguardar 7 horas por internamento na Unidade de Pronto-Atendimento do Cajuru.

O problema vem desde o início do mês. O Plural publicou denúncia do Sindicato dos Servidores Municipais de Enfermagem de Curitiba (Sismec) sobre superlotação nas unidades de saúde, UPAs e hospitais.

Em resposta a SMS explicou que em março de 2024, a média de pessoas atendidas nas UPAs foi de 4.285 por dia, um número 25% maior comparado ao mesmo mês do ano passado, mil pacientes por dia a mais do que foi registrado em janeiro.

O que muda

A SMS adora o chamado “fluxo em Y”, que separa os atendimentos de casos respiratórios dos atendimentos de dengue. Médicos de UPAs também terão carga-horária ampliada e tendas serão instaladas.

As UPAs são unidades voltadas ao atendimento de casos graves e de emergências de saúde. As UPAs trabalham com um sistema de classificação de risco. Assim, aqueles pacientes com queixas mais urgentes são priorizados, enquanto os demais casos podem aguardar mais tempo.

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