Jovem é agredido por seguranças em festival de funk e pode perder a visão 

O estudante e motorista de aplicativo diz que saiu do local por alguns minutos e ao tentar retornar foi espancado, sua esposa também foi agredida 

Na madrugada do domingo (7), Luiz Augusto Gomes Pereira e Mirian de Paula Soares foram vítimas de agressões durante o On Funk Festival, em Curitiba. Segundo o casal, o estudante de Educação Física na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e motorista de aplicativo de transporte saiu por poucos minutos do salão para conferir se alguns amigos tinham ido embora, por volta das 3h da manhã, e ao tentar retornar para encontrar sua esposa foi impedido por seguranças. Conforme boletim de ocorrência registrado no dia 8 de abril, houve uma discussão e três seguranças espancaram o rapaz de 25 anos de idade. Mirian, ao questionar o que estava acontecendo também foi agredida, um dos seguranças alegou ser policial militar e os ameaçou com arma em punho.

Gomes Pereira tem baixa visão no olho direito e fez um transplante de córnea em 2020 no olho esquerdo. Com os golpes e coronhadas, precisou de atendimento médico no Hospital do Trabalhador, quando passou por exames de imagens e recebeu pontos na cabeça. Em seguida foi para o Hospital dos Olhos, onde passou por uma cirurgia de emergência devido aos ferimentos que podem resultar na perda da visão. Ainda segundo a esposa do rapaz, a produção do evento não entrou em contato ou prestou qualquer socorro até o momento. 

On Funk Festival

O On Funk Festival iniciou no sábado (6) e avançou até a madrugada do domingo (7), tem realização da AGE Entretenimento e M7 Produções, e aconteceu no Espaço Torres Kennedy. Procurado pela reportagem do Plural, o diretor geral do Espaço Torres Ademar Júnior, esclareceu que a empresa apenas alugou o local para os produtores do evento. “Temos um contrato de locação que nos resguarda de qualquer acontecimento dentro do estabelecimentos durante o período de locação”, afirma o diretor. 

O Plural tentou contato com os produtores do evento por diferentes telefones celulares e números de WhatsApp, e por mensagens no Instagram. Até a publicação deste texto, não houve retorno. 

Despesas 

A maior parte da renda do casal vinha do trabalho de Gomes Pereira como motorista de aplicativo. Ele está impedido de trabalhar e não há previsão sobre o tempo que levará o tratamento, nem certeza dos resultados. O casal ainda explica que os gastos aumentaram muito com a necessidade de medicamentos e também de lentes de contato especiais (uma usada em pós-transplante e outra rígida e manipulada especificamente para o olho do paciente), ele estão pensando em vender o carro para resolver a situação financeira no momento.

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