Se bloqueio do MEC persistir, UFPR para completamente em agosto

Universidade perdeu R$ 48 milhões e ficará sem poder pagar água, luz e telefone em três meses

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) será forçada a parar completamente as suas atividades dentro de três meses, caso o Ministério da Educação mantenha o bloqueio de verbas de custeio anunciado nos últimos dias. A partir de agosto, a universidade não teria mais como pagar luz, água, telefone e os contratos com terceirizadas, entre outros serviços.

Segundo o reitor Ricardo Marcelo Fonseca, a universidade está fazendo um esforço para descobrir como diminuir gastos, mas não há como se fazer milagres. “A perspectiva segundo os técnicos que cuidam do nosso orçamento é de que o dinheiro disponível acabe em agosto”, afirmou. Segundo ele, será preciso discutir nesse caso se faz sentido dar início ao segundo semestre letivo.

A UFPR perdeu R$ 48 milhões de sua verba de custeio, cerca de 30% do valor total do orlamento para o ano. Os cortes não mexem nem com os salários de professores e técnicos nem com o programa de assistência estudantil.

A universidade faz nesta sexta uma reunião interna, a portas fechadas, para discutir o que pode ser feito dentro do atual cenário. O orçamento já vem encolhendo desde 2016, e a estimativa é de que não há mais muitos cortes a fazer.

O MEC anunciou inicialmente os cortes de três instituições federais: UnB, UFPA e UFF. Segundo o ministro Abraham Weintraub, essas universidades estavam tendo valores bloqueados por fazerem “balbúrdia” e “eventos ridículos”.

O critério, altamente subjetivo e ideológico, poderia causar condenação por improbidade. Alertado disso, o ministro aplicou corte linear de 30% em todas as instituições federais – hoje são 63 espalhadas pelo país. Disse que se tratava de questão financeira que poderia ser resolvida com a aprovação da reforma da Previdência.

Nesta sexta, Ricardo Marcelo deve pedir a diretores de setor e pró-reitores que cortem todos os custos possíveis e informará que a Reitoria precisará diminuir os repasses.

Na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o antigo Cefet, o corte representou a perda de R$ 37 milhões e também ameaça o ano letivo.

https://www.plural.jor.br/contra-fechamento-ufpr-busca-apoio-de-ratinho-e-prepara-ato-gigante/

Leia abaixo nota oficial da UFPR

Nota à comunidade: cortes anunciados pelo governo ameaçam a continuidade das atividades da UFPR

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) informa que recebeu hoje (02) a comunicação, por parte do Ministério da Educação (MEC), sobre o bloqueio orçamentário de 30% das verbas destinadas ao seu custeio. Este corte, de mais de 48 milhões de reais, impactará itens relativos ao próprio funcionamento da instituição, atingindo diretamente despesas ordinárias como consumo de água, energia, contratos de prestação de serviços, restaurantes universitários, entre outros. Se esta medida não for revertida, as consequências serão graves para o desempenho das atividades da UFPR no segundo semestre de 2019.

A UFPR reforça, como tem feito reiteradamente, que o investimento nas universidades federais é importante para a soberania nacional, para a formação de excelência das futuras gerações, para o aumento da qualidade de vida da população e para o próprio desenvolvimento pleno da economia nacional, nas indústrias ou no agronegócio, por exemplo.

Sendo a mais antiga universidade em funcionamento no país, a UFPR atende uma comunidade com mais de 33 mil alunos, em 164 cursos de graduação e 89 programas de pós-graduação com 89 mestrados e 61 doutorados, além de 45 cursos de especialização e profunda inserção na nossa comunidade em 392 projetos e programas de extensão.

Contamos com o diálogo com as instâncias competentes do governo federal para continuar atendendo a comunidade paranaense, como temos feito há mais de 106 anos, sem o perigo de interrupção das nossas atividades, o que acarretará prejuízos imensuráveis para os nossos estudantes e para a sociedade.
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Nossa universidade é pautada pela tolerância, pluralidade, inclusão social e é destaque entre as melhores universidades brasileiras, como demonstra os mais sérios rankings nacionais e internacionais: https://bit.ly/2DKfCCG

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