PM admite que um dos policiais envolvido em tortura continua na corporação

A Polícia Militar e o Ministério Público afirmaram que ainda não tinham notícia sobre um dos casos de abusos cometidos por policiais militares em Matelândia, no Oeste do Paraná, revelados por um vídeo que começou a correr a Internet neste […]

A Polícia Militar e o Ministério Público afirmaram que ainda não tinham notícia sobre um dos casos de abusos cometidos por policiais militares em Matelândia, no Oeste do Paraná, revelados por um vídeo que começou a correr a Internet neste fim de semana. O caso, segundo a Polícia, será investigado.

No início do domingo, a PM havia afirmado que o policial que aparece torturando um rapaz com uma luva cirúrgica, enfiada na cabeça para que o jovem não pudesse respirar, já havia sido punido com a expulsão da corporação. No entanto, mais tarde ficou claro que o segundo episódio registrado no vídeo, em que duas pessoas dão pancadas com um cabo de vassoura ou um objeto semelhante na sola dos pés de um outro rapaz, ocorreu em outra data e envolve outras pessoas.

O Ministério Público afirma que se trata de dois casos ocorridos em 2017. “Quanto ao primeiro deles, em que um dos detidos está algemado e com uma luva de látex cobrindo a cabeça, já houve apuração e responsabilização criminal dos agentes envolvidos. Os policiais foram condenados, definitivamente, pelo crime de tortura, e foram também condenados à perda do cargo público (autos 0010091-31.2019.8.16.0013).”

No entanto, em relação ao segundo caso, a história é diferente. Além dos dois policiais expulsos pelo primeiro episódio, há a participação de um terceiro policial.

“Quanto ao segundo fato reportado, em que há, aparentemente, o concurso de três policiais militares – dois deles também envolvidos na situação já apurada e que já foram expulsos – informa-se que os fatos não haviam chegado ao conhecimento do Ministério Público e que serão adotadas medidas apuratórias para esclarecimento e eventual responsabilização dos envolvidos.”

A Polícia Militar, que inicialmente havia dito se tratar de um caso resolvido, recuou em uma segunda nota enviada para a imprensa.

“A PMPR teve conhecimento dos fatos constantes na segunda parte do vídeo através das imagens veiculadas nas redes sociais no mês de janeiro de 2024. Após análise da Diretoria de Inteligência, constatou-se que os fatos se deram, provavelmente, em abril de 2017. Sendo que, um dos agressores, bem como, o militar que filmou a ação, são os mesmos envolvidos no primeiro caso e que já não estão na Corporação.”

No entanto, logo a seguir, a polícia que um dos envolvidos continuava trabalhando na corporação normalmente até agora.

“Ainda na segunda parte do vídeo, foi identificado um policial militar do serviço ativo, que não teve envolvimento no primeiro caso, sendo determinado de imediato, o seu afastamento das funções operacionais e a instauração de Inquérito Policial Militar para apurar os fatos”, diz a nota.

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