Com tomógrafo quebrado, governo paga R$ 100 mil por mês a clínica particular

Valor de contrato no primeiro ano de prestação de serviço pagaria 60% de um tomógrafo novo

O governo do Paraná renovou o contrato para uma empresa de Londrina fazer tomografias e ressonâncias de pacientes dos hospitais estaduais Anisio Figueiredo (Zona Norte) e Eulalino Ignácio de Andrade (Zona Sul), a um custo médio de R$ 100 mil mensais. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), um novo equipamento de tomografia foi adquirido para o hospital Zona Norte, que atende também os pacientes da outra unidade, mas ainda não foi entregue pelo fabricante.

O contrato original foi assinado pela Funeas (Fundação Estatal de Atenção à Saúde no Paraná) e o MP Centro de Diagnóstico Ltda. em outubro de 2022. A previsão era de um pagamento total de R$ 1.547.795,04 no período de vigência, entre 20 de janeiro de 2023 e 20 de janeiro de 2024. O valor, no entanto, segundo o contrato, era “meramente estimativo, de forma que os pagamentos devidos ao contratado dependerão dos quantitativos de serviços efetivamente prestados”.

De acordo com a Sesa, o novo contrato foi feito com base nos atendimentos realizados no ano passado, com um custo médio de R$ 100 mil mensais. A média é de 450 atendimentos por mês. A Secretaria informou que o novo equipamento, adquirido a um custo de R$ 2,5 milhões, será entregue em seis meses. O período restante do contrato de prestação de serviço com o MP Centro de Diagnóstico seria necessário para a instalação do equipamento.

Em 2016, durante a gestão do ex-governador Beto Richa, o governo do estado adquiriu um tomógrafo para o Hospital Zona Norte, a um custo de R$ 800 mil. A ideia era fazer cerca de 300 exames mensais, de pacientes de 20 cidades da região. O equipamento foi entregue em dezembro de 2017, mas ficou parado por causa da falta de profissionais habilitados para utilizá-lo até 2018 e os exames eram feitos em outros hospitais da região. De acordo com a Sesa, o equipamento parou de funcionar devido ao grande uso durante a pandemia.

O Hospital Zona Norte é gerido pela Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Paraná (Funeas) desde outubro de 2021. Segundo o governo do estado, os investimentos na unidade somaram R$ 82 milhões até julho do ano passado, voltados a novas aquisições, contratações, manutenção e gestão, e cerca de 80 profissionais foram contratados. De acordo com a Sesa, a unidade teve uma média de 306 cirurgias por mês de janeiro a junho, recorde desde a fundação, há 35 anos.

Em julho do ano passado, a Sesa anunciou a compra de um tomógrafo para o Hospital de Cambé, na região Norte do estado, por R$ 950 mil. Em 2023 também foi entregue um tomógrafo para o Hospital Cristo Rei, também no Norte do estado, com um aporte de R$ 1,3 milhão.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima