Ônibus elétrico exige subsídio diz parecer da URBS

Além dos R$ 310 milhões usados para compra de 70 veículos, implantação dos ônibus elétricos também irá exigir pelo menos R$ 12 milhões em infraestrutura

A implantação do uso de veículos elétricos na Rede Integrada de Transporte de Curitiba (RIT) não é viável sem subsídio público. A informação está no Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) aprovado pela URBS. O documento mostra que para colocar 70 veículos elétricos para roda na cidade o prefeito Rafael Greca (PSD) terá que comprometer o orçamento da cidade com um gasto de R$ 595 milhões em 17 anos, dos quais R$ 322 milhões em 2024 e 2025.

Aposta de Greca como um dos seus principais legados como prefeito, a compra dos ônibus está temporariamente suspensa pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que acatou uma denúncia contra o processo. A denúncia questiona justamente o formato da aquisição. Pela proposta da Prefeitura de Curitiba, uma operação de crédito da administração municipal irá viabilizar a compra dos veículos para as concessionárias do serviço. Ao fim do contrato de concessão do serviço – previsto para 2025 – os carros voltariam para o patrimônio da prefeitura.

O relatório de viabilidade defende o argumento da prefeitura ao afirmar que “pode-se perceber a vantagem do ônibus a diesel ao similar elétrico ainda é considerável, exceto no cenário ambiental em que o governo promove essa tecnologia”.

Trecho das conclusões do estudo.

O cenário da compra não é muito favorável aos ônibus elétricos. Os veículos são pelo menos 70% mais caros que os a diesel. Por outro lado, o espaço interno deles é menor, o que diminui a capacidade de passageiros transportados. Por exemplo, no modelo Padron, os veículos a diesel transportam de 92 a 95 passageiros enquanto as versões elétricas transportam de 70 a 95 passageiros. No modelo articulado, os carros em operação levam de 138 a 180 pessoas enquanto o elétrico transporta 140 a 168.

O estudo indica que na linha Inter 2 a frota de 59 veículos teria que ter 83 a 84 carros para ser totalmente convertida em elétrica. No Interbairros II, os 26 ônibus a diesel teriam que ser trocados por 30 elétricos.

Muito embora nessa primeira fase a eletrificação não contemple as linhas expressas, o estudo analisou também a substituição dos veículos a diesel pelos elétricos na Linha BRT Leste – Oeste. Nesse caso, a frota teria que ir de 58 veículos para 106.

Confira o estudo na íntegra:

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