Inscrições abertas para a primeira edição do “Linha Preta” de 2023

Circuito organizado pelo Centro Cultural Humaitá conta história de Curitiba sem o ‘embranquecimento’

Neste sábado (21), acontece em Curitiba a primeira edição do ano do circuito “Linha Preta”, do Centro Cultural Humaitá. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pela internet ao custo de R$ 40 por pessoa. Também está previsto o passeio para dia 28 de janeiro.

O projeto Linha Preta nasceu em 2014 e pretende recontar a história de Curitiba sem o apagamento das contribuições da população africana e afro-brasileira. “Quando perguntamos aos participantes da Linha Preta quais personagens negros e negras da nossa história eles conhecem ou quais são os fatos mais relevantes da cultura afro-curitibana, as pessoas não encontram referências na memória. Isso acontece porque a construção da identidade ‘branca’ paranaense foi muito bem financiada e competente em esconder alguns fatos e evidenciar outros”, diz o zelador cultural Candieiro, um dos responsáveis pelas explicações.

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Para este ano o mote são os 20 anos da Lei 10.369, que institui o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas. Apesar de duas décadas de vigência, professores e professoras têm dificuldade em cumprir. Por vezes, inclusive, há reprodução do racismo estrutural – como o trabalho de arte com palha de aço representando cabelo crespo – o que aponta a falha na formação desses educadores.

Assim, a equipe do Centro Cultural Humaitá, que desde 2006 levanta informações sobre a presença negra em Curitiba e no Paraná, usa o passeio Linha Preta para compartilhar fatos e curiosidades para quem deseja adotar práticas antirracistas.

O passeio

A data do primeiro passeio do ano em Curitiba faz referência ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa  e Dia das Religiões. “Este é um importante momento para dar visibilidade à luta pelo respeito e pelo diálogo, afinal a religiosidade foi a primeira forma de organização do povo negro em território brasileiro e, em Curitiba, não foi diferente”, destaca Candieiro.

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O trajeto passa pelo centro histórico da capital e tem três horas de duração, entre 9h e meio-dia. A caminhada tem pouco mais de um quilômetro e é voltada não apenas para educadores e pesquisadores, mas para o público geral que deseja conhecer mais sobre a história de Curitiba.

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