Hospitais particulares de Curitiba estão lotados com Covid-19

Aumento de casos e internamentos pela doença deve fazer rede privada reabrir vagas e UTIs desativadas

Como o Plural já apurou, os casos de Covid-19 em Curitiba aumentaram 25% entre os dias 6 e 12 de novembro. Essa crescente faz com que os leitos próprios para o coronavírus operem no limite da contingência dos hospitais particulares. Alguns já estão com 100% da capacidade ocupada e orientam a procura por “outros serviços de emergência disponíveis”, como o SUS. Nesta terça-feira, Curitiba registra 7.449 casos ativos de coronavírus.

O Hospital Nossa Senhora das Graças, que possui 15 leitos de UTI para Covid-19, percebe o aumento da procura no Pronto-Atendimento de pacientes com síndromes respiratórias, inclusive crianças. O Hospital Vita também relata o aumento de casos e internações. Segundos os hospitais, esse aumento ocorreu nos últimos 15 dias.

O Hospital Pequeno Príncipe, especializado no atendimento infantil, confirmou 18 casos da doença em outubro. Só nas primeiras duas semanas de novembro (1 a 17), já foram 38 positivos, um aumento de 100% nas confirmações por coronavírus.

O Hospital Marcelino Champagnat emitiu nota informando que o Pronto-Atendimento está atuando no limite de sua capacidade, por conta do aumento expressivo do número de casos de Covid-19 em Curitiba. Sendo assim, os pacientes “serão submetidos à estratificação de risco e atendidos conforme escala de gravidade, sendo priorizados os casos mais graves”.

Casos mais leves devem buscar atendimento em consultórios, com horário agendado ou demais serviços de emergência disponíveis. O hospital também informa que “os leitos estão com 100% de ocupação”.

Foto: Hospital Marcelino Champagnat

Reabrir o que fechou

“Não sei se isso fica sempre claro: estão lotados, mas estão aumentando a capacidade”, explica Flávia Capraro, médica infectologia, atuante no Hospital Vitória e no Hospital Nossa Senhora das Graças, na Capital. “A lotação depende de quantas vagas são designadas para Covid. Depois que as coisas começaram a melhorar um pouco, os hospitais de Curitiba diminuíram os seus leitos Covid, para tentar voltar à normalidade, manter a rotina. E agora, como os casos subiram de volta nas últimas três semanas e os hospitais tinham diminuído os seus leitos, encheu de novo. Mas é uma coisa que eu acredito ser adaptável”, avalia.

Para a infectologista, os hospitais devem voltar a definir leitos exclusivo para doença. “O lotado de ontem não é o mesmo lotado de hoje. Hoje está atendendo mais gente. Como já houve muitos casos, a gente mais ou menos sabe como aumentar a capacidade para atender a demanda. Dá para fazer mudança nas prioridades dos hospitais”, ressalta Flávia.

A Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Fehospar) foi procurada para comentar o assunto mas disse não ter dados sobre os atendimentos, que devem ser disponibilizados por cada instituição. Algumas preferiram não se manifestar.

“Claro que não é tão fácil assim. Mas digamos que, de uma semana para outra, dá para fazer. O hospital de campanha, há umas semanas já estava sendo dado como fechado. Agora, de repente, já reativou. Estão fazendo a contratação de mais gente, e os hospitais particulares podem fazer isso também”, diz a médica.

SUS

Segundo a Prefeitura de Curitiba, a taxa de ocupação dos leitos de UTI Covid na Rede Pública da Capital está em 78% (adulto e pediátrico). “A Secretaria Municipal da Saúde informa ainda que o monitoramento da taxa de ocupação dos leitos de UTI SUS Covid-19 é feita em tempo real, e que os dados são dinâmicos em razão das entradas e saídas dos pacientes (internação, altas hospitalares e óbitos).”

Colaborou: Matheus Koga

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