O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) continua investigando policiais do BPRone, da Polícia Militar, suspeitos de provocar mortes durante operações em Curitiba. Quatro deles foram reintegrados à tropa recentemente.
Ao todo, o Gaeco investiga 12 mortes provocadas por policiais militares em Curitiba e Região Metropolitana. Ao todo 18 policiais lotados na Rone, dois policiais do Esquadrão de Eventos do Regimento de Polícia Montada (RPMon), dois policiais da 3ª Companhia do 17º Batalhão de Polícia Militar (Campo Largo) e um policial penal lotado no setor de inteligência do Departamento Penitenciário do Estado (Depen) foram investigados.
Gaeco
De acordo com o procurador do Gaeco, Leonir Batisti, a reintegração dos policiais aconteceu depois que a PM alegou que a suspensão prejudicava o trabalho operacional. “Posteriormente a própria PM procurou o Gaeco e disse que o afastamento representava um problema para as atividades de segurança. Pedimos mais detalhes sobre quais providências tinham sido tomadas e esse relatório foi apresentado, inclusive mostrando a redução no número de mortes, algo que já estávamos levantando aqui”, disse.
Apesar do retorno dos policiais, Batisti destacou que o Ministério Público não encerrou as investigações sobre as mortes e que o caso continua sendo apurado.
Relembre
Com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar o Gaeco deflagrou, em dezembro do ano passado, a Operação Vehmico. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão para obter elementos para investigação de 12 mortes provocadas pela PM em Curitiba e região.
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De acordo com o Ministério Público do Paraná quatro casos são investigados no âmbito desta operação: o primeiro, logo na “estreia” do BPRone – que se tornou batalhão recentemente: oito pessoas mortas nos bairros Cajuru e Campo de Santana, que seriam membros de facções criminosas.
O segundo em Campo Largo, no Jardim Malyane, outro no Parolin, em Curitiba – onde foi morto o adolescente Dallyson Willian Mariano aos 17 anos e a última no Campo Comprido, que resultou na morte de duas vítimas. À época da operação, o MP afirmou que até o momento havia “indícios de que não teria havido verdadeiro confronto armado com as vítimas, que teriam sido mortas por motivos variados”.