Dois anos após assassinato de Mateus Noga, família ainda busca justiça

Tio diz que espera que guarda municipal que matou Mateus seja levado a júri popular

A família de Mateus Silva Noga, assassinado aos 22 anos em setembro de 2021, ainda luta por justiça. O jovem morreu baleado durante uma ação da Guarda Municipal de Curitiba no Largo da Ordem, enquanto comemorava a recém-conquistada carteira de habilitação.

“O caso que aconteceu com o Mateus mostra claramente que a gente precisa de uma maior capacitação das polícias. A família continua destruída, mas vai lutar sempre por justiça e para que as polícias sejam efetivamente nossos protetores e não os executores”, disse o tio do jovem, Nivaldo Noga, que estava no Largo da Ordem no dia da morte do sobrinho.

Na manhã desta terça-feira (12), Nivaldo conversou com o promotor de Justiça e coordenador estadual do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR), Leonir Batisti. Na ocasião, o órgão divulgou o balanço das mortes em confronto com agentes de segurança no estado no primeiro semestre de 2023.

Nivaldo afirma que a família espera que o acusado de ter feito o disparo contra Mateus, o ex-guarda municipal Alessandro Neves Toso, seja levado a júri popular. “A gente quer que os culpados sejam responsabilizados. Aguardamos um julgamento popular para que a sociedade veja o que aconteceu e possa se prevenir e ajudar na situação policial para que essas violências não aconteçam mais.”

Indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar) em abril de 2022, Toso foi exonerado do cargo e responde em liberdade. O ex-guarda também vai responder pelos crimes de lesão corporal em relação às outras duas vítimas baleadas na ocasião, uma mulher de 31 anos e uma adolescente de 14.

Relembre o caso de Mateus

No sábado, dia 11 de setembro de 2021, Mateus Noga saiu com amigos para comemorar a carteira de habilitação no Largo da Ordem. Perto das 22h20, uma viatura da Guarda Municipal estacionou na rua Trajano Reis. Dela desceram dois policiais com cassetetes em mãos e logo a multidão de pessoas que circulavam pelo local começou a se dispersar.

A Guarda afirma que as equipes foram acionadas para controlar uma briga generalizada que ocorria na região. Noga e seus amigos perceberam a aproximação da viatura e tentaram sair em direção à rua Dr. Claudino dos Santos, momento em que houve disparos. Noga havia sido atingido pelas costas.

Ele só foi encaminhado para o Hospital do Trabalhador às 23h30 e faleceu durante a madrugada de domingo, dia 12 de setembro.

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