A Polícia Civil (PC) concluiu o inquérito do assassinato do jovem Mateus Noga, ocorrido no Largo da Ordem, em Curitiba, em setembro de 2021. A vítima chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital. O acusado é o ex-guarda municipal Alessandro Neves Toso, que está respondendo em liberdade.
Apesar de o crime ter ocorrido há sete meses, somente nesta terça-feira (26) a investigação foi encerrada. Toso foi acusado por homicídio doloso, ou seja, quando há intenção de matar.
Noga estava com amigos e foi baleado quando a Guarda Municipal (GM) tentava dispersar frequentadores do local. Ele foi atingido nas costas. Depois do episódio, o acusado, que estava em estágio probatório, foi exonerado.
A família do jovem morto reclamou da demora na conclusão da investigação, mas comemorou o indiciamento. “Começa a ser feita a justiça para Mateus. Realmente a gente percebe que a ação da Guarda Municipal queria produzir algum tipo de vítima, isso em função de tudo que aconteceu. Era uma situação tão simples, que não precisava de arma nenhuma”, disse o tio da vítima, Nivaldo Noga.
A advogada que representa a família, Eliana Faustino, afirmou que a conclusão do inquérito foi uma “notícia boa”. “Agora o processo vai para o Ministério Público e vamos seguir trabalhando no caso.”
O ex-guarda municipal também vai responder pelos crimes de lesão corporal em relação às outras duas vítimas baleadas na ocasião, uma mulher de 31 anos e uma adolescente de 14.
De acordo com a Polícia Civil, a pena prevista para homicídio é de 6 a 20 anos. A PC informou que delegada Daniela Correia Antunes Andrade, responsável pelo caso, não dará entrevistas sobre a investigação.
Ao Plural, a defesa do acusado disse que recebeu a notícia do indiciamento por homicídio doloso com respeito, mas que discorda dos termos. Segundo o advogado Samuel Ebel Braga Ramos, o mais adequado seria um indiciamento por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar). “Respeitamos a delegada, mas o que aconteceu foi um homicídio pela imperícia do guarda municipal ao manusear a arma. Atirar com a intenção de matar nunca aconteceu e isso vai ficar claro no andamento do processo”, destacou.
Olá,
É preciso incluir a cadeia de comando nesse processo. Eles adoram militarizar as forças policiais, mas quanto se trata de responsabilizar o camando, aí não querem.
Sério, o comando da guarda é responsável. Começando pelo prefeito.