Flávia Farhat escreve sobre solidão no livro “Um tango de quatro mulheres”

Escritora é uma das participantes do lançamento coletivo "Implode", neste fim de semana

Em dezembro de 2020, em meio à pandemia, Flávia Farhat se descobriu ilhada na cidade alemã de Hamelin. “Comecei a imaginar uma história em que uma comunidade inteira se desassociasse das lógicas do mundo”, diz a escritora. “Discutia-se muito as consequências psicológicas do isolamento naquela época, e acho que isso criou um gatilho inicial pro projeto.”

Essa experiência está na origem do livro “Um tango de quatro mulheres” que Farhat acaba de publicar pela editora Urutau. Autora e romance fazem parte do lançamento coletivo Implode, que acontece neste sábado (16), das 15h às 21h, na Alfaiataria (Rua Riachuelo, 274 – Centro).

Flávia Farhat

Na entrevista a seguir, ela fala sobre seu livro, suas influências literárias e a experiência alemã.

Sem se preocupar em dar uma sinopse, você diria que “Um tango de quatro mulheres” é sobre o quê?
“Um tango de quatro mulheres” fala principalmente sobre solidão. A história acontece no povoado fictício de Nabura, um lugar perdido no tempo, e explora os diferentes efeitos do isolamento em cada uma das personagens. Existe uma certa progressão da loucura como linha condutora do romance. 

Que escritoras e escritores serviram de referência para você nesse livro?
Gabriel Garcia Márquez; Gertrude Stein; Virginia Woolf; Clarice Lispector; Luci Collin.

Você poderia falar um pouco sobre as circunstâncias em que escreveu o romance “Um tango de quatro mulheres”?
A ideia do livro surgiu durante um período de isolamento por conta do coronavírus, em dezembro de 2020, num inverno que passei na cidade de Hamelin, na Alemanha. Fiquei uma semana ilhada em um quarto e comecei a imaginar uma história em que uma comunidade inteira se desassociasse das lógicas do mundo. Discutia-se muito as consequências psicológicas do isolamento naquela época, e acho que isso criou um gatilho inicial pro projeto. Escrevi primeiro um conto, “Trem para Nabura”, e alguns meses mais tarde voltei a trabalhar no texto com a ideia de desenvolver um romance. 

Fiquei completamente imersa no universo de realismo fantástico latino neste período. Foi de onde saiu o lado mais experimental e subversivo de “Um tango de quatro mulheres”. 

Livro

“Um tango de quatro mulheres”, de Flávia Farhat. Urutau, 156 páginas, R$ 55. Romance.

Sobre o/a autor/a

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