Crianças de 0 a 5 anos podem voltar às aulas em breve. Ao menos é o que deseja o Sindicato das Escolas Particulares de Ensino do Paraná (Sinepe-PR). A entidade enviou ofício, nesta segunda-feira (27), solicitando a retomada gradual das atividades, inicialmente para filhos de trabalhadores essenciais, em 46 municípios paranaenses, inclusive Curitiba.
O documento foi entregue a prefeitos e secretários de saúde e prevê diversas medidas sanitárias para evitar a contaminação por coronavírus. “O desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social já foi duramente afetado. Prolongar isso por tempo indeterminado é colocar em xeque a continuidade da Educação delas, não apenas em 2020 mas durante toda a vida”, diz Esther Cristina Pereira, presidente do Sinepe/PR.
De acordo com ela, aula online não é indicada para crianças até 5 anos. “Vamos começar atender pelos pequenos, pois as mães que precisam trabalhar estão deixando os filhos com vizinhas, mães crecheiras. Nesses locais, onde estão crianças de famílias diferentes, o risco é muito maior do que ficar na escola, que seguirá protocolos”, avalia.
O pedido toma de exemplo outras capitais brasileiras, que retomaram as aulas há pouco tempo, como Manaus (AM) e Rio de Janeiro (RJ). Para o Sinepe, a tendência é inevitável. A entidade espera que, no Paraná, as prefeituras se manifestem nos próximos dias.
Os 46 municípios com possibilidade de retorno são: Araucária, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Candói, Carambeí, Cascavel, Castro, Chopinzinho, Colombo, Curitiba, Dois Vizinhos, Fazenda Rio Grande, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guaíra, Guarapuava, Guaratuba, Ibema, Ivaiporã, Jesuítas, Joaquim Távora, Lapa, Laranjeiras do Sul, Mangueirinha, Manoel Ribas, Marechal Cândido Rondon, Palmas, Palmeira, Palotina, Paranaguá, Pato Branco, Pinhais, Pinhão, Pirai do Sul, Piraquara, Ponta Grossa, Pontal do Paraná, Quatro Barras, Rio Branco do Sul, Rio Negro, São José dos Pinhais, São Mateus do Sul, São Miguel do Iguaçu, Telêmaco Borba, Toledo e União da Vitória.
De portas fechadas em Curitiba
Representantes de escolas infantis de Curitiba reclamam não ter abertura municipal para diálogos sobre a retomada segura das aulas – como vem acontecendo com o governo estadual. “A prefeitura nem escuta nosso pleito, que é fazer atendimento ou, ao menos, pensar em alternativas. Não podemos exercer nosso trabalho e não temos nenhum apoio”, afirma Everton Renaud, gestor educacional que há 15 anos tem uma escola em Curitiba.
“Tivemos que fechar uma das nossas sedes, e temos queda de 75% no número de alunos e 85% na receita, pois os que ficaram têm descontos. Dos nossos 30 funcionários, estamos com apenas 17”, conta ele.
Em Curitiba, são cerca de 400 escolas particulares de Educação Infantil. “Todos os dias temos relatos de escolas fechando. De 20% a 30% estão com dificuldades ou fecharam”, revela o presidente da Associação das Escolas Particulares da Educação Infantil de Curitiba (Assepei), Newton Andrade.
Dos 1,5 mil funcionários das 70 escolas associadas, 500 foram demitidos desde o início da pandemia, em março. “E não estamos contabilizando os estagiários, nem os prestadores de serviço.”
O presidente da Assepei lembra que duas mil solicitações de transferências foram registradas na Rede Pública de Curitiba. “Há um comitê formado pelo Estado e escolas, discutindo protocolo de retorno, sem data, mas não estão sendo discutidos protocolos para Educação Infantil”, aponta Andrade.
“Nós buscamos junto à Prefeitura de Curitiba mas não há diálogo, nem com a Secretaria de Educação nem com a Secretaria de Saúde, nem Secretaria de Governo, nem prefeito. Eles não querem falar e não abrem possibilidades para discussão. Enviamos ofício, protocolamos documento, nos colocamos à disposição, desenvolvemos cartilha de práticas para um retorno seguro, conversamos com a Câmara de Vereadores também, mas não chegamos num diálogo para uma expectativa do que pode ser feito nem como.”
O lobe tá forte, triste ver o plural participar disso..as escolas estão preocupadas apenas com questão financeira , e não coma a saúde das crianças e perigo do contgio
Oi Marco, o Plural está noticiando um fato: as escolas pediram o retorno. É uma informação de interesse público. Noticiar não significa endossar.
Marco, seu comentário é extremamente leviano. A questão financeira é algo que pauta a manutenção da existência das escolas, me diga que empresa se sustenta por 4 meses sem poder operar? Não é somente sobre se manter, mas também atender hoje amanhã e sempre. Temos uma missão principal que é com a criança. Além disso, temos compromissos com as famílias, educadores e comunidade em geral. Somos o segmento regulado pela vigilância sanitária, urbanização e bombeiros. Sempre soubemos o que estamos fazendo e temos certeza do que estamos propondo. Se fosse somente pelo aspecto financeiro como diz, assim como outros negócios, já teríamos fechado. Antes de falar o que não tem conhecimento, procure entender o contexto todo.
A educação das crianças está comprometida, a economia está comprometida e a vida de todos….bem, não se pode ter tudo não é mesmo? Vão morrer uns 90 mil, faz parte….ou como diria o grande estadista brasileiro “E daí?”.