Curitiba volta para Bandeira Laranja e reabre serviços não essenciais

Mesmo sem leitos para Covid-19 e sedativos para intubação, Greca libera comércios de rua, shoppings e academias

A média móvel de mortes por Covid-19 em Curitiba está praticamente a mesma de duas semanas atrás: 35 óbitos diários pela doença (uma redução de 5%). A taxa de ocupação nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) continua em 100% e a impossibilidade de repor estoques de medicamentos para intubação de pacientes faz com que hospitais precisem emprestar sedativos uns dos outros. Ainda assim, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), decidiu regredir a bandeira de alerta para a doença e liberar serviços e atividades não essenciais. A reabertura vale a partir desta segunda-feira (5), até 14 de abril.

A justificativa é a redução de 23% no número de casos confirmados de coronavírus e 19% nos casos ativos, ou seja, que estão transmitindo a doença. Segundo a Prefeitura, o alto índice de mortes é reflexo de 14 dias atrás já que “o impacto das medidas restritivas no número de óbitos é sempre tardio”.

Neste sábado (3), Greca gravou um vídeo no qual deseja uma “abençoada Páscoa da Ressurreição”. Dizendo-se alegre, ele informa que a Cidade volta à Bandeira Laranja. “Nós conquistamos, após 23 dias de severo isolamento social, o livramento dos serviços de saúde do sufoco de mais de 1,5 mil casos por dia e a necessidade de termos cuidado em que não faltassem leitos de UTI nem leitos clínicos. Caíram os casos, caíram também os índices de retransmissão. Nós juntos, cidade inteligente que somos, derrubamos de 1.41 o índice de retransmissão do coronavírus pela metade. Hoje temos 0.77. Isso significa que a pandemia está cedendo.”

Reforçando a necessidade das medidas de higiene e isolamento para a população, Greca diz que, com a vacinação, “abril ou maio nos trarão, com certeza, a cura plena deste flagelo”.

Veja como ficam os serviços de 5 a 14 de abril em Curitiba.

Atividades suspensas

– Estabelecimentos destinados ao entretenimento ou a eventos culturais, tais como casas de shows, circos, teatros, cinemas, museus e atividades correlatas.

– Estabelecimentos destinados a eventos sociais e atividades correlatas, tais como casas de festas, de eventos ou recepções, incluídas aquelas com serviços de buffet, bem como parques infantis e temáticos.

– Estabelecimentos destinados a mostras comerciais, feiras de varejo, eventos técnicos, esportivos, congressos, convenções, entre outros eventos de interesse profissional, técnico e/ou científico.

– Bares, tabacarias, casas noturnas e atividades correlatas.

– Reuniões com aglomeração de pessoas, incluindo eventos, comemorações, assembleias, confraternizações, encontros familiares ou corporativos, em espaços de uso público, localizados em bens públicos ou privados.

– Espaços de prática de atividades esportivas coletivas localizados em praças e demais bens públicos ou privados, estendendo-se a vedação aos condomínios e áreas residenciais.

– Circulação de pessoas, no período das 20 às 5 horas, em espaços e vias públicas, salvo em razão de atividades ou serviços essenciais e casos de urgência.

– Consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas.

Atividades liberadas

– Atividades comerciais de rua não essenciais, galerias, centros comerciais e feiras de artesanato: das 9h às 19h, de segunda a sábado, sendo autorizado aos domingos apenas o atendimento na modalidade delivery até às 19 horas.

– Atividades de prestação de serviços não essenciais, tais como escritórios em geral, salões de beleza, barbearias, atividades de estética, serviços de banho, tosa e estética de animais e imobiliárias: das 9h às 19h, de segunda a sábado, com proibição de abertura aos domingos.

– Academias de ginástica e demais espaços para práticas esportivas individuais: das 6h às 20h, de segunda a sábado, com proibição de abertura aos domingos.

– Shopping centers: das 10h às 19h, de segunda a sábado, sendo autorizado aos domingos apenas o atendimento na modalidade delivery até às 19h.

– Restaurantes e lanchonetes: das 10 às 20 horas, de segunda a sábado, permitido o consumo no local, inclusive na modalidade de atendimento de buffets no sistema de autosserviço (selfservice). Entre 20h e 23h está autorizado o atendimento nas modalidades delivery e drive thru. Aos domingos, permitido apenas o atendimento nas modalidades delivery, drive thru e retirada em balcão (take away) até às 23h, ficando vedado o consumo no local.

– Panificadoras, padarias e confeitarias de rua: das 6h às 20h, de segunda a sábado, sendo autorizado aos domingos das 7 às 18 horas, ficando vedado o consumo no local.

– Para os seguintes estabelecimentos e atividades, das 6h às 20h, de segunda a sábado, sendo autorizado até às 23h na modalidade delivery. Aos domingos, apenas o atendimento na modalidade delivery até às 23h, sendo vedado o consumo no local. As compras devem ser realizadas por uma pessoa por família: 
a) comércio varejista de hortifrutigranjeiros, quitandas, mercearias, sacolões, lojas de conveniências em postos de combustíveis, distribuidoras de bebidas, peixarias e açougues; 
b) mercados, supermercados e hipermercados;
c) comércio de produtos e alimentos para animais;
d) feiras livres;
e) lojas de material de construção;
f) comércio ambulante de rua.

– Os estabelecimentos devem observar a capacidade máxima de ocupação que garanta o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas.

– Os serviços de comercialização de alimentos, localizados em shopping centers, galerias e centros comerciais estão autorizados a operar aos domingos, por meio de entrega de produtos em domicílio (delivery) e a retirada expressa sem desembarque (drive thru), ficando vedada a retirada em balcão (take away).

– Os seguintes serviços e atividades essenciais deverão funcionar com até 50% da sua capacidade de público: hotéis, resorts, pousadas e hostels.

– Serviços de call center e telemarketing devem funcionar com até 50% da sua capacidade de operação e a partir das 9 horas, exceto aqueles vinculados aos serviços de saúde ou executados em home office.

– Nos parques e praças, fica permitida a prática de atividades individuais ao ar livre, com uso de máscaras, que não envolvam contato físico entre as pessoas, observado o distanciamento social.

– Os veículos utilizados para o transporte coletivo urbano deverão circular com lotação máxima de até 50% de sua capacidade, em todos os períodos do dia.

– As igrejas e os templos podem abrir com 15% da lotação máxima.

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5 comentários em “Curitiba volta para Bandeira Laranja e reabre serviços não essenciais”

  1. Ao ler a matéria, num primeiro momento, não acreditei possível Greca ter dito que”abril ou maio nos trarão, com certeza, a cura plena deste flagelo”. Como assim? “Cura plena”? “Abril ou maio”? Ato contínuo, encontrei o vídeo com a fala e conferi: sim, disse. “Com certeza”.

    Em lugar civilizado, a insensatez “abril ou maio nos trarão, com certeza, a cura plena deste flagelo” conduziria à queda de um político. Insensatez, impostura, desvario, mentira.

    O prefeito de Curitiba joga no mesmo time que o governador do Paraná e o presidente da república. O time da vileza. A vileza da necropolítica, que se faz com intenção e método. Alguns, como o presidente, mal conseguem ler. Outros, citam Dante Alighieri.

    Esses políticos, suas falas e suas escolhas. Tudo registrado, para que sejam responsabilizados.
    Que as almas dos mortos atormentem seus dias e suas noites, até que cheguem no inferno.
    E, no inferno, que os lugares mais quentes sejam reservados a eles.

    Ora, desejar o inferno pode ser demais. Então, admitindo que possa ser eu o equivocado (insensato, impostor, desvairado, mentiroso), gostaria de propor um desafio.

    Se houver “cura plena” até este maio, juro que tatuarei o rosto dele (do prefeito) na testa. Juro. E pedirei desculpas públicas por insinuar que o prefeito seja adepto da necropolítica. Alguém mais comigo?

    Por outro lado, se não houver “cura plena”, então, Greca deveria renunciar ao cargo de prefeito. Porque, em não havendo “cura plena”, ficará caracterizado que o prefeito é um mentiroso. Indigno. Desonrado. Incapaz de conduzir a cidade.

    Alguém repercute?

  2. Creio já sabermos o que ocorrerá em algumas semanas: o número vai aumentar novamente e teremos novo colapso do sistema de saúde. Imagino que o pessoal da linha de frente deve estar exausto. E, aparentemente, com ameaça de faltar oxigênio e sedativos. Que insanidade!

  3. DIEGO MARCO TRINDADE

    Eu não tenho nem palavras pra definir essa atitude da prefeitura, do Greca, a não ser Genocida também. Espero que a Márcia tenha vergonha na cara e renuncie, pq não estão querendo cuidar da saúde com tanta gente morrendo a espera de leito, sem remédio pra entubar, com centenas morrendo por semana.

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