Um dia após anunciada a reeleição do prefeito Rafael Greca (DEM) em Curitiba, a Secretaria Municipal de Saúde autoriza a volta às aulas presenciais na Rede Particular de Ensino. O retorno está liberado prioritariamente para crianças de até 10 anos e justificado como “oportunidade ímpar de preparar as crianças para o enfrentamento de situações adversas, tendo a resiliência como valor a ser fortalecido, para ampliar a sua capacidade de lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos e resistir à pressão de situações adversas e traumáticas, como a vivenciada neste momento”.
O ofício 607/20 foi assinado nesta segunda-feira (16) pela secretária de Saúde, Márcia Huçulak, e aprovado pelo Comitê de Técnica e Ética, a pedido do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe). A autorização é dada considerando “a maior compreensão quanto ao papel das crianças na transmissão da Covid-19 e os graves eventos adversos decorrentes da suspensão das aulas presenciais”, diz o texto.
Como justificativa, a Prefeitura aponta que o retorno já se dá em diversas cidades do Brasil e do mundo e que “a retomada das atividades presenciais, de forma geral, não impactou negativamente na curva de internações e óbitos de países como a Dinamarca, Suécia e Alemanha”.
O texto afirma que a transmissão da doença é relacionada a sintomas e que “entre 90% a 99% das crianças infectadas são assintomáticas”, com menor índice de transmissão. “Crianças menores de 10 anos possuem menor potencial de agravamento do quadro.”
A Prefeitura também afirma que “não é sustentável atrelar a retomada das atividades presenciais à disponibilização de uma vacina eficiente, uma vez que é necessário percorrer os protocolos dos estudos científicos, que demandam tempo”.
As aulas na Rede Municipal de Ensino seguem suspensas até 30 de novembro, conforme decreto da própria Prefeitura.
Uma pequena observação: a Dinamarca testa muito. Se uma criança tem suspeita de covid, ela deve ser testada negativo duas vezes antes de voltar à escola. A Dinamarca tem 5 milhões de habitantes e realizou 9 milhões de testes.