Caso Marcelo Arruda: celulares de atirador e de responsável por câmeras serão periciados

Embora a Polícia Civil do Paraná tenha anunciado o encerramento do inquérito que apura a morte do tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, a Justiça pediu para que novas diligências sejam feitas, acatando um pedido dos advogados […]

Embora a Polícia Civil do Paraná tenha anunciado o encerramento do inquérito que apura a morte do tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, a Justiça pediu para que novas diligências sejam feitas, acatando um pedido dos advogados que representam a família da vítima.

Entre outros pedidos, os advogados solicitaram que o celular do autor do crime, o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho e de Claudinei Esquarcini, que tinha acesso às câmeras de segurança do local onde ocorreu o assassinato, fossem periciados.

Marcelo Arruda estava com amigos e família em uma associação, no último dia 10 de julho, comemorando aniversário de 50 anos. A decoração da festa era alusiva ao PT, partido pelo qual Arruda chegou a concorrer ao cargo de vice-prefeito nas últimas eleições municipais.

O atirador descobriu o evento ao ver as imagens do circuito interno de segurança, cuja senha era de conhecimento de Esquarcini. Depois, foi até o local, discutiu com a vítima e gritou “aqui é Bolsonaro” e ainda “vou matar todo mundo”, antes de ir embora.

No entanto, ele retornou armado instantes depois e atirou contra o aniversariante, que mesmo ferido conseguiu reagir e ferir o acusado. Guaranho segue internado no hospital Municipal Padre Germano Lauck, sem previsão de alta.

Marcelo Arruda instantes antes de ser assassinado | Foto: reprodução redes sociais

Todavia, no último domingo (17), Esquarcini cometeu suicídio. O motivo não foi apurado pelas autoridades, mas extraoficialmente pessoas próximas dizem que ele pode ter se sentido mal por conta do vazamento das imagens que resultaram no homicídio de Marcelo Arruda.

Em nota enviada ao Plural, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná afirmou que “a Polícia Civil do Paraná (PCPR) investiga o suicídio de Claudinei Esquarcini, vigilante da Itaipu e diretor da Aresf, ocorrido neste domingo (17), em Medianeira (PR). Imagem de câmera de segurança mostra que ele estava sozinho quando se jogou de cima de um viaduto. Foi socorrido com vida, mas não resistiu e entrou em óbito”.

Perícias

Os celulares dele e do atirador serão periciados e as informações devem integrar o inquérito policial, que já está com o Ministério Público (MP). O deferimento do pedido de perícia foi assinado pelo juiz Gustavo Germano Francisco Arguello e pede “urgente cumprimento das diligências investigativas requisitadas pelo Ministério Público”, que atendeu a solicitação dos advogados da família Arruda.

A análise do conteúdo vai permitir que haja entendimento de como e a que hora exatamente o autor do homicídio tomou conhecimento da comemoração.

De acordo com a Polícia Civil as equipes irão “cumprir as diligências rapidamente. As perícias já tinham sido requisitadas pela autoridade policial à Polícia Científica, na semana passada; por enquanto, sem previsão de conclusão”.

Nesta terça-feira (19) a delegada que presidiu o inquérito, Camila Cecconello, que é titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Curitiba, foi recebida, pelos deputados que compõem a Comissão Parlamentar formada na Assembleia Legislativa do Paraná  (Alep) para acompanhar as investigações.

A delegada responsável pelo inquérito foi recebida pelos deputados em Curitiba | Foto: Dálie Felberg/Alep

O policial penal que assassinou Marcelo Arruda foi indicado por homicídio duplamente qualificado, mas a Polícia Civil disse que não houve motivação política, apesar do acusado ser apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e ter invadido um evento com petistas.

“Não existe um crime agravado por motivação política, mas um crime por motivo torpe ou fútil, que a motivação política entra como um motivo torpe no nosso entendimento. Mas há uma subjetividade. Se você me perguntar se o homicídio aconteceu em decorrência de uma discussão política, isso, com certeza. Se não fosse a discussão, ninguém teria morrido. Mas não me sinto segura para afirmar que a motivação seja pela discussão por ideologias políticas. Não nego, justamente em função dessa subjetividade”, destacou Ceconello durante a reunião com os parlamentares.

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1 comentário em “Caso Marcelo Arruda: celulares de atirador e de responsável por câmeras serão periciados”

  1. Foi terrorismo. O caso tem que ser federalizado. O mundo tem que ser alertado sobre o risco que Bolsonaristas são para nossas sociedades NO MUNDO!

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