OlharPlay abriga cinema independente e amplia acesso a filmes na web

Plataforma curitibana de streaming exibe títulos como “Mirador” e “Jesus Kid”, além de permitir aluguel de filmes por meio de Pix

A plataforma de streaming OlharPlay dá espaço para produções independentes do cinema. Ela está ligada à distribuidora Olhar, criada por Paula Gomes e Argel Medeiros. Apesar do nome, o streaming não está ligado diretamente ao festival Olhar de Cinema. “A Olhar nasceu no mesmo ambiente do festival e do desejo de escoar tantas ótimas produções que muitas vezes não conseguiam sair dessa primeira janela para ocupar as demais”, diz Paula Gomes, se referindo ao percurso que uma produção faz, com “janelas” no cinema, no streaming e na TV.

OlharPlay

Hoje, se você entrar em olharplay.com, vai encontrar “Jesus Kid”, o novo filme de Aly Muritiba, “Mirador”, de Bruno Costa, e “Lutar Lutar Lutar”, um documentário sobre o time de futebol do Atlético Mineiro. O valor do aluguel é R$ 14,90. E a OlharPlay tem um trunfo: para ver um filme, você não precisa contratar um plano de assinatura. Basta preencher um cadastro rápido e simples, e pagar com cartão ou Pix.

Na entrevista a seguir, Paula Gomes fala sobre os planos para o futuro e as ideias que inspiram a Olhar.

Quando a OlharPlay entrou no ar?
A OlharPlay nasceu com outro nome em setembro de 2021. Mas, logo percebemos que temos um nome já reconhecido no mercado e que seria melhor usar essa força e, em fevereiro deste ano, realinhamos a estratégia e nos identificamos como a OlharPlay.

Existe alguma relação entre a plataforma e o festival Olhar de Cinema? Vocês poderiam falar um pouco sobre a origem da plataforma?
Muita gente se confunde e acha que a Olhar é quem faz o festival Olhar de Cinema. Mas, na verdade, quem faz o festival é a Grafo Audiovisual e, apesar de sermos parceiros, somos um negócio diferente e com uma outra composição societária.

A Olhar nasceu no mesmo ambiente do festival e do desejo de escoar tantas ótimas produções que muitas vezes não conseguiam sair dessa primeira janela para ocupar as demais (cinema, TV, streaming etc.).

Aly [Muritiba, o cineasta e um dos fundadores do festival Olhar de Cinema], Argel [Medeiros, um dos sócios da OlharPlay] e eu iniciamos uma jornada por esse universo da distribuição em 2017, lançando até hoje mais de 25 obras do cinema independente, nacional e internacional, no circuito comercial.

Nesse caminho, entendemos que seria importante estabelecer um contato direto com a audiência e daí que surgiu a OlharPlay, uma plataforma de streaming focada em lançamentos do cinema independente e mostras temáticas. Sendo um espaço para o cinema autoral e para o consumidor que quer um serviço descomplicado. Na OlharPlay você não precisa ser assinante de nada e nem mesmo precisa ter um cartão de crédito. Você escolhe o filme que deseja assistir e pode pagar até com PIX.

Nosso propósito é, num futuro próximo, desenvolver interfaces na plataforma para trocas de experiências e ideias por parte do público, como um fórum de discussão.

OlharPlay trabalha com o aluguel individual de filmes, certo? Num formato semelhante ao do Google Play. A plataforma deve continuar com esse formato ou existe algum plano diferente para o futuro? (Como montar um acervo e criar uma assinatura mensal?)
Nosso modelo de negócios hoje é focado no aluguel de títulos, mais precisamente, na locação de filmes inéditos/em lançamento e mostras temáticas. Por enquanto, não temos planos de virar uma plataforma de vídeo por assinatura ou, pelo menos, não nos modelos que já circulam no mercado brasileiro no momento.

Por enquanto, a plataforma tem um acervo tímido, mas de uma qualidade notável (“Mirador” e “A mesma parte de um homem” são dois filmaços feitos por cineastas do Paraná). Olhando de fora, o que parece motivar vocês é a possibilidade de criar um espaço alternativo para a exibição de filmes independentes. Seria isso mesmo?  
Sim, você está certo. O nosso objetivo é construir um streaming que dialogue com o cinema independente e com o público que se interessa por ele. Podendo, através da banda larga, alcançar espaços que as salas de exibição não ocupam, oferecendo um cinema diverso para as audiências.

Como o nosso modelo de negócios só explora os filmes inéditos/em lançamento, eles não costumam ficar na plataforma por mais que 90 dias. Até aqui, passaram pela OlharPlay: “Vento Seco”, “Um Animal Amarelo”, “Parque Oeste”, “Casulo”, “Sem Ressentimentos”, “Lutar Lutar Lutar”, “A mesma parte de um homem” e “Mirador”.

Em breve devemos ampliar a quantidade de filmes lançados e o público terá mais opções.

Por que criar uma plataforma nova em vez de, por exemplo, buscar a MUBI para exibir os filmes que vocês distribuem?
Aqui vale mencionar que a premissa do negócio audiovisual é janela e exclusividade. E que o nosso trabalho como distribuidora é fazer o planejamento de como isso vai funcionar, buscando o melhor caminho para cada filme.

Como plataforma, escolhemos um modelo de negócios em que é possível trabalhar sem conflitar com as demais janelas e exclusividades. A MUBI, que você citou, é um serviço de streaming por assinatura, que trabalha tanto com filmes de catálogo quanto com lançamentos, mas estes, em geral, são apenas títulos internacionais (e isso, quando ela os adquire com exclusividade, o que não é tão frequente).

Então, não enxergamos conflito ou concorrência com outras plataformas, são maneiras de ampliar os pontos de contato e de alcançarmos diferentes públicos.

Onde assistir

Para conferir o acervo da OlharPlay, clique aqui.

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