Polícia muda delegada responsável por investigar assassinato de Marcelo Arruda

Internautas encontraram posts contra o PT nas redes sociais da delegada

A Secretaria de Segurança do Pública do Paraná (Sesp) trocou o comando da investigação da morte do militante do PT Marcelo Arruda, que ocorreu em Foz do Iguaçu. Arruda foi morto a tiros, durante o próprio aniversário. O atirador é o policial penal federal Jorge José da Rocha, que também foi baleado e está internado.

A princípio o caso seria investigado pela delegada titular da Homicídios em Foz, Iane Cardoso. No entanto, internautas encontraram diversas postagens da delegada contra o PT nas redes sociais da policial e levantaram questionamentos sobre a condução dos trabalhos.

Agora o inquérito será de responsabilidade da delegada Camila Cecconello, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Curitiba. Em nota a Sesp negou que as manifestações contra o partido tenham sido motivação da troca e alegou que montou uma força-tarefa para a condução do caso, embora haja imagens e mais de uma dezena de testemunhas apontando a autoria do crime.

Foto: reprodução redes sociais

Relembre

Marcelo Arruda era Guarda Municipal, tesoureiro do diretório municipal do PT e dirigente sindical. Ele chegou a concorrer ao cargo de vice-prefeito da cidade em 2020.

No dia do crime, Arruda comemorava aniversário de 50 anos com amigos e familiares em um evento privado. O atirador, que não era conhecido de ninguém na festa, chegou de carro, acompanhado da esposa e do filho bebê. Ele parou o veículo e começou a gritar.

Velório reúne centenas de amigos e familiares nesta segunda | Foto: Colaborador/Plural

“O Marcelo saiu para ver quem estava gritando e o cara começou a gritar ‘aqui é Bolsonaro’. ‘Mito, mito’. Aí ameaçou matar todo mundo e saiu dizendo que ia voltar”, disse um dos convidados da festa, Andre Alliana.

O atirador retornou depois de cerca de quinze minutos, enquanto a festa acontecia no fim da noite do sábado (9). Ele atirou contra Marcelo Arruda, que cai no chão. As imagens do circuito de segurança mostram a esposa da vítima empurrando o atirador, o que permite que Arruda pegue sua própria arma e reaja ao ataque.

O bolsonarista é atingido e cai poucos metros depois. Ambos foram encaminhados para o hospital, mas Marcelo Arruda não resistiu aos ferimentos e faleceu na madrugada de domingo (10). O velório do corpo do petista acontece nesta segunda-feira (11), em um ginásio de esportes na cidade.

Marcelo Arruda instantes antes de ser assassinado | Foto: reprodução redes sociais

Embora a assessoria de imprensa da Polícia Civil (PC) tenha confirmado o falecimento do acusado de atirar, Rocha permanece internado em estado grave. Depois da falha na comunicação, a Secretaria de Segurança do Estado assumiu a comunicação sobre o caso Marcelo Arruda.

Denúncia

O Ministério Público do Paraná pediu a prisão preventiva de Jorge José da Rocha, que foi deferida pela Justiça.  

A conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva foi expedida pela Justiça nesta segunda-feira (11) a pedido do Núcleo de Foz do Iguaçu do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que acompanha as investigações.

Ao determinar a prisão preventiva do investigado, o Juízo afirmou que “resta evidenciado que o flagrado coloca em risco a ordem social, se revelando necessária a contenção cautelar para evitar a reiteração criminosa (…) o flagrado atua na área de segurança pública – policial penal federal – o que eleva ainda mais a gravidade do delito considerando que este age (ou deveria agir) em nome do Estado, em prol dos interesses da coletividade. Portanto, a concessão da liberdade, neste momento, geraria sentimento de impunidade, serviria de estímulo à reiteração criminosa e colocaria em risco a sociedade”, diz a decisão.

Assembleia

A bancada de oposição na Assembleia Legislativa (Alep) protocolou neste domingo (10) um requerimento solicitando à Mesa Diretora a criação de uma comissão parlamentar para acompanhar as investigações do assassinato. Assinam o requerimento os deputados petistas Arilson Chiorato, Luciana Rafagnin, professor Lemos e Tadeu Veneri, além do deputado Goura (PDT).

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