Motorista de aplicativo que agrediu professora é denunciado por lesão corporal com motivação racial

Caso aconteceu em abril deste ano, em Piraquara. Vítima registrou a ação em vídeo

O Poder Judiciário recebeu a denúncia da 2ª Promotoria de Justiça do Foro Regional de Piraquara contra o motorista de aplicativo Leonardo de Cól Beatrici. Ele é acusado de lesão corporal por motivação racial contra a professora Dayane Padilha. O caso aconteceu em abril.

Beatrici levava a passageira para um território indígena em Piraquara e se irritou por conta de uma imprecisão no aparelho de GPS. O motorista, que estava a serviço da 99 Pop, queria cobrar a mais da professora porque o localizador não os levou até o local exato do desembarque.

Quando a passageira tentou explicar que o próprio aplicativo recalcularia o valor o motorista começou a direcionar xingamentos pejorativos como “pé de barro” e “índia piranha” – embora a professora nem seja indígena.

A denúncia da Promotoria diz ainda que após a discussão Dayane foi agredida com puxões de cabelo e socos. Os ferimentos foram comprovados por meio de laudo pericial, que indicou escoriações no joelho e rosto da vítima.

Após o episódio, a 99 Pop excluiu Beatrici de sua base de motoristas parceiros. Parte da situação foi gravada por meio do celular da vítima, que foi retirada a força do carro. Assista:

O advogado Valnei França, que representa a professora, disse confia na Justiça. “Nós temos plena confiança na Justiça paranaense. A nossa expectativa é de que haja uma resposta à altura do judiciário para essa situação de agressão. Como era esperado, o Ministério Público considerou a injúria por motivação étnica e racial além da lesão corporal. São provas robustas e agora é esperar a instrução processual para que a Dayane e todas as vítimas desse tipo de violência tenham uma resposta do Estado”, disse.

A reportagem não conseguiu contato com o advogado que representa o acusado, Jobson do Nascimento Melo.

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