Após confusão no governo Bolsonaro, cortes na educação são mantidos

Ainda não se sabe como e quando o MEC fará o anúncio oficial do recuo

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) está produzindo nesta terça-feira mais uma confusão entre suas diversas alas. Deputados disseram que o presidente teria determinado um recuo nos cortes da educação. Disseram que viram Bolsonaro ligar na frente deles para o ministro Abraham Weintraub e dar a ordem do descontingenciamento. O Plural chegou a publicar a notícia. Pouco depois, a casa Civil do próprio governo desmentiu.

“Não existe nada”, comentou para o Plural o deputado federal Pedro Lupion (DEM). “Teve uns deputados que disseram que viram esse telefonema. Não vi, não sei se aconteceu. Mas o fato é que não tem dinheiro. Se o Bolsonaro ligou, alguém ponderou que não tem como reverter. Está tudo como estava antes”, disse o deputado, falando de dentro do Gabinete de Onyx Lorenzoni (DEM-RS), na Casa Civil.

Desde que assumiu, o ministro Abraham Weintraub anunciou que seguraria 30% da verba de custeio das universidades federais. As universidades do país inteiro disseram que, com isso, não teriam como concluir o ano e provavelmente nem abririam o segundo semestre letivo.

Em seguida, a Capes tirou das universidades todas as bolsas de pós-graduação que não estavam ocupadas – estavam no período de transição entre a formatura de um aluno e a entrada do próximo. Foram cortadas milhares de bolsas em todo o país.

Telefonema

Bolsonaro teria ligado para Weintraub durante uma reunião com líderes partidários. Estavam presentes deputados do Pros, Cidadania, Novo e Patriota, entre outros. A discussão era sobre os rumos do governo – os partidos queriam informar que não pertencem ao Centrão e que se consideram independentes. Disseram também que o corte na educação estava atrapalhando negociações, inclusive para a Reforma da Previdência, considerada prioritária pelo governo.

“O presidente ligou então para o ministro da educação e determinou que os cortes sejam cancelados”, disse ao Plural por telefone o deputado Toninho Wandscheer, líder do Pros e coordenador da bancada paranaense. “Não ouvimos o outro lado da conversa, mas ficou claro que é uma determinação do presidente”, afirmou.

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