Eleições 2022: quem lidera a corrida pela Assembleia do PR?

Na disputa pelas 54 vagas de deputado estadual, 100 candidatos detém 72% dos recursos.Aliados de Ratinho têm 4 vezes mais dinheiro que oposição

Se os recursos aplicados na campanha por vagas na Assembleia Legislativa do Paraná até o momento nos dão alguma pista sobre qual será o resultado da disputa, a notícia é ótima para o atual governador e candidato a reeleição, Ratinho Junior. Só os valores investidos na disputa pelos três principais partidos da base de apoio do candidato na Casa somam 4 vezes o total de recursos investidos pela oposição.

Dados apresentados pelos partidos e candidato ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na primeira prestação de contas mostram que PSD, PP e Republicanos já repassaram 16,6 milhões em recursos para seus candidatos a deputado estadual, a maior parte desse valor veio de fundos públicos de financiamento de campanha. Na média, cada um dos 106 candidatos recebeu R$ 155 mil.

Já no PT, PDT, PV, PSOL e Rede, partidos que podem compor uma eventual oposição a Ratinho, o total já aplicado na campanha é de R$ 3,9 milhões. A média por candidato também é bem menor: R$ 32,8 mil.

No total, os 658 candidatos registrados na eleição para a Assembleia em 2022 já declararam R$ 37 milhões em receitas. Mas desse total, 72% está nas mãos de 100 candidatos que tem, em média, R$ 267 mil para gastar nos 45 dias da campanha eleitoral. Mas entre as três candidaturas mais ricas, o investimento é superior a um milhão.

A quantidade de dinheiro disponível para a campanha é um dos indicadores das condições de sucesso de uma candidatura. Em 2018, os 70 candidatos a reeleição na disputa pelo legislativo federal e estadual ficaram com 50% do total da verba disponível e destes, 50 conseguiu se reeleger (os outros 20 se classificaram como suplentes).

Candidatos mais ricos

Mas quem são os candidatos com mais recursos? Os três com mais de um milhão são candidatos a reeleição: Marcio Nunes (PSD), Mabel Canto (PSDB) e Cristina Silvestri (PSDB). As duas deputadas tem em comum a relação com ex-deputados. Mabel Canto é filha do ex-deputado e ex-prefeito de Ponta Grossa, Jocelito Canto, que teve o mandato na Assembleia cassado em 2007. Já Cristina Silvestri é mulher do falecido Cezar Silvestri, ex-deputado federal e mãe do Cesar Silvestri filho, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Guarapuava.

Em 2018, Cristina Silvestri teve cerca de R$ 524 mil na campanha e obteve 48 mil votos. Na época no PPS (hoje cidadania), ela entrou em uma das oito vagas conquistadas pela coligação PSD/PSC/PR/PPS e Podemos daquele ano. Este ano, Silvestri já tem R$ 1 milhão de recursos do PSDB (fundo partidário e fundo eleitoral) para colocar na campanha.

Já Mabel Canto havia gasto R$ 84 mil em 2018, a maior parte de doações de pessoas físicas e conseguiu pouco mais de 35 mil votos. Na época no PSC, Mabel foi eleita dentro das 8 vagas também da coligação liderada pelo PSD (partido do atual governador, Ratinho Junior). Este ano ela começa a campanha com mais de R$ 1 milhão, dos quais R$ 1 milhão é do PSDB e R$ 15 mil são de recursos próprios.

Márcio Nunes (PSD) havia feito pouco mais de 59 mil votos em 2018 com R$ 784 mil, dos quais R$ 547 mil de doações e R$ 195 mil de recursos próprios. Este ano ele abriu a campanha com R$ 1,3 milhão em recursos do partido (de fundos públicos), é o candidato a Assembleia com mais recursos até o momento.

Entre todos os partidos, o PSD é o que mais investiu recursos na disputa pela Assembleia até o momento. Partido do atual governador, que disputa a reeleição, o PSD colocou já R$ 7,5 milhões na eleição para deputado estadual, quase R$ 1 real para cada um dos 8 milhões de eleitores registrados no Paraná. O partido tem 36 candidatos com investimento médio de R$ 208 mil para cada um.

Este ano, como não há mais coligação, o partido irá depender dos próprios votos para eleger uma bancada de base para um eventual segundo governo de Ratinho Junior.

Em segundo lugar, o PP investiu já R$ 5,6 milhões numa chapa de 43 candidatos. Entre estes, o que tem mais recursos até o momento é candidato de primeira eleição, o comunicador Paulo Gomes, que recebeu R$ 500 mil do partido e investiu outros R$ 127 mil de recursos próprios.

No grupo PT, PDT, PV, PSOL e Rede, os candidatos mais bem financiados são: a vereadora de Curitiba, Maria Letícia, o professor Renato Mocellin – ambos do PV, e os candidatos a reeleição Luciana Rafagnin, Requião Filho e Arilson Chiorato, do PT.

No gráfico interativo abaixo é possível verificar os candidatos com maiores valores em caixa, bem como a fonte desses recursos separado por partido. O gráfico considera todos os candidatos da legenda

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