Greca usa pandemia para suspender negociações com sindicatos

O discurso é de que a medida foi tomada em razão da expansão do coronavírus em Curitiba. Contudo, a prefeitura fez encontro presencial com vereadores e representantes das igrejas nesta quarta-feira (17)

A Secretaria de Administração e de Gestão de Pessoal da Prefeitura de Curitiba, suspendeu todas as reuniões presenciais com sindicatos que representam os servidores municipais. A medida foi classificada como de segurança, já que a cidade passou da bandeira amarela (alerta) para a laranja (alerta médio) contra o coronavírus.

Com a expansão do vírus, as reuniões marcadas para o mês de junho serão reagendadas assim que a situação da cidade melhorar. De acordo com a Prefeitura, os sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) e dos Servidores Municipais de Enfermagem (Sismec), que teriam reuniões nesta semana, receberão respostas por escrito.

Procurados pelo Plural para comentar a suspensão das negociações presenciais, os sindicatos responderam que continuarão em contato com a Prefeitura para exigir um retorno sobre as suas pautas. A Coordenadora Geral do Sismuc, Christiane Izabella Schunig, acredita que falta vontade para o Executivo conversar com as entidades sindicais. Para ela, o Poder Público poderia ter organizado uma reunião online, algo que têm sido comum nessa pandemia.

De acordo com a presidente do Sismec, Raquel Padilha, apesar da suspensão das reuniões, o sindicato continuará buscando respostas do Poder Público em relação as suas pautas. Segundo ela, a Prefeitura ainda precisa regularizar a reposição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os profissionais de enfermagem da cidade, que não teriam proteção suficiente para trabalhar. Essa questão já vem sendo objeto de discussões judiciais. O Executivo alega que não faltam equipamentos para a saúde.

“Proteção de todos”

Em uma matéria no seu site, Prefeitura argumenta que a suspensão das reuniões com os sindicatos foi feita para a proteção de todos. Só que apesar dessa mudança, o Executivo continua fazendo encontros presenciais com outras categorias, por exemplo, com os representantes das igrejas. Nesta quarta-feira (17), o prefeito Rafael Greca (DEM) recebeu no seu gabinete, líderes religiosos e vereadores da bancada evangélica na Câmara de Curitiba.

O Plural entrou em contato com a Prefeitura para saber se a reunião seria realizada, contudo, não houve qualquer confirmação. Apesar disso, o jornal ouviu alguns servidores da Câmara Municipal de Curitiba, que confirmaram a realização do encontro. A principal pauta foi o decreto 774/2020 da Prefeitura, que fechou igrejas e templos religiosos na cidade.

Pouco antes da reunião, a líder da oposição na Câmara, Vereadora Noemia Rocha (MDB), publicou um vídeo nas redes sociais falando que estava a caminho de uma agenda no gabinete de Greca. No caso, ela também afirmou que representantes de diversas religiões participariam do encontro, citando padres e pastores.

Academias e restaurantes

Na última segunda-feira (15), a Prefeitura já tinha recuado em parte do decreto que foi emitido na semana passada. No caso, o ato do prefeito fechava as academias em toda a cidade. Contudo, protestos dos profissionais dessa categoria resultaram em uma reunião deles com o prefeito. Houve um acordo com Greca e esses estabelecimentos voltaram a funcionar. Agora, eles só podem ser fechados no caso de uma bandeira vermelha, ou seja, de um lockdown em Curitiba.

Outro ponto do decreto em que a Prefeitura mudou de opinião, foi sobre as limitações no funcionamento dos restaurantes. a Associação Brasileiras de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR), entidade que representa mais de 50 mil estabelecimentos no Estado, se reuniu com representantes do Executivo e foi definido que esses locais voltem a funcionar com maior flexibilidad na Capital, com salões abertos até 22 horas.

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