Poemas de Ronie Rodrigues buscam o corpo, o desejo e a fantasia 

Escritor faz parte do lançamento coletivo de livros "Implode", que acontece na Alfaiataria, neste fim de semana

Para falar dos temas que orientam os versos do livro “Roubar os mortos. Lamber os vivos”, Ronie Rodrigues cita a ideia da pesquisadora Cristine Greiner. Para ela, quando alguém olha para uma obra de arte – um quadro, nesse caso –, não importa qual seja o tema da pintura, o que esse alguém busca é sempre um corpo. 

“Talvez possamos pensar isso também de um livro”, diz Ronie Rodrigues, que lança “Roubar os mortos. Lamber os vivos” no próximo sábado (16), a partir das 15h, na Alfaiataria (Rua Riachuelo, 274 – Centro).

Ronie Rodrigues

Na entrevista a seguir, o escritor fala de seus poemas, de desejo e fantasia.

Quais você diria que são os temas do livro “Roubar os mortos. Lamber os vivos”? 
No ensaio-poema que encerra o livro eu comento um texto chamado “A dramaturgia do corpo e seus processos relacionais”, em que a pesquisadora Cristine Greiner nos lembra que quando olhamos para um quadro, pouco importa o tema, o que buscamos é um corpo.

Talvez possamos pensar isso também de um livro. 

O tema é então o corpo, o desejo e algo muito caro a um corpo desejante:

a fantasia.

Que escritoras e escritores serviram de referência para você nesse livro?
Kenneth Goldsmith, Gertrude Stein, Marília Garcia, João Gilberto Noll, Diego Paleólogo, Julia Raiz, Bataille, Marcia Tiburi, Maria Gabriela Llansol, Maria Isabel Iorio, Murillo Garcia, entre outros vivos e mortos que cruzaram meus olhos e a quem provavelmente roubei palavras.

Você poderia falar um pouco sobre as circunstâncias em que escreveu os poemas de “Roubar os mortos. Lamber os vivos”?
Escrevi boa parte dos poemas do “Roubar os mortos. Lamber os vivos” durante a minha especialização em Escritas Performáticas: Invenção e Pedimentos Artísticos (PUC – RJ), em 2021 e 2022.

Lia Duarte, Raissa de Goés e Adriana Maciel são as criadoras dessa especialização e graças a elas eu pude aprofundar e experimentar procedimentos de escrita, assim como repensar a escrita para além do papel e da palavra. 

Devo também esse livro à oficina de escrita “Restrições poéticas”, com a escritora e parceira Aline Bei (quem escreve brilhantemente a orelha do livro), e ao coletivo Membrana Literária, do qual faço parte desde 2021. 

Sou também muito grato a Jessica Stori, Dédallo Neves, Murillo Garcia e Julia Raiz, com quem tive e tenho trocas sinceras e sensíveis sobre a vida e as palavras.

E é por acreditar no gesto coletivo da escrita e da leitura que, mais uma vez, organizo o lançamento coletivo “Implode”.

Implode para mim é muito mais que um lançamento, é uma celebração dos encontros que os livros podem nos proporcionar.

Livro

“Roubar os mortos. Lamber os vivos”, de Ronie Rodrigues. Urutau, 60 páginas, R$48. Poesia.

Sobre o/a autor/a

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