Guto Pasko viaja à Ucrânia para se reconectar à família no documentário “Aldeia natal”

Em filme que estreia no Cine Passeio, diretor paranaense investiga relações familiares e a herança ucraniana no Brasil

Estreia nesta quinta-feira (17), no Cine Passeio, o mais novo trabalho do diretor paranaense Guto Pasko: o documentário “Aldeia natal”. O filme relata uma jornada pessoal iniciada no interior do Paraná e concluída na Ucrânia. 

Guto Pasko parte de uma situação autobiográfica – a relação distante com os pais e a condição de descendente de imigrantes ucranianos – para montar um panorama sobre questões brasileiras e universais. Relacionamentos familiares, religiosidade, imigração, tradição cultural e a busca pelas raízes dos antepassados são alguns dos temas abordados pelo filme.

O documentário foi filmado entre 2018 e 2019, com locações em Queimadas, área rural de Prudentópolis, e na Ucrânia. No país europeu, a equipe esteve na região oeste em novembro de 2019, distante dos territórios invadidos pelos russos, mas algumas das províncias visitadas também foram alvo de bombardeios recentes, como Lviv. A produção é de Andréia Kaláboa e Guto Pasko, sócios da GP7 Cinema.

Guto Pasko

No filme, Guto Pasko retorna a sua “aldeia natal”, a bucólica Queimadas, e a busca por se reconectar com os pais, os irmãos e o legado histórico e cultural dos antepassados – imigrantes que fizeram parte das levas de ucranianos que vieram para o Brasil no final do século 19. 

Esse processo lento e gradual de reaproximação termina com uma viagem à Ucrânia, onde ele, o pai (João Pasko) e a mãe (Cecília Ternosky Pasko) percorrem aldeias isoladas procurando rastros dos antepassados que emigraram e parentes ainda vivos. 

“Aldeia natal”

Mais do que nomes em antigas lápides ou primos distantes, pelo caminho vão encontrando a união familiar desfeita por conta de discordâncias sobre religião, tradição e costumes.

Uma dessas tradições é a de pagar promessas fazendo com que um dos filhos dedique a vida à igreja. No caso da família Pasko, bastante religiosa, uma graça foi concedida e o escolhido para retribuir foi Guto, o mais velho de 11 irmãos. Ele não aceitou a imposição e, aos 11 anos, saiu de casa e veio para Curitiba. No seu lugar, uma irmã mais nova foi enviada a um convento para pagar a promessa.

“Depois de 30 anos distante dos meus pais e dos meus irmãos, e já tendo feito outros cinco filmes com temática ligadas à cultura ucraniana, vi que deveria encerrar esse ciclo olhando para minha própria família”, diz Pasko. “É também uma busca pela minha própria identidade, ao mesmo tempo que revela um Brasil diferente, construído por aqueles imigrantes que vieram de lugares tão longínquos.”

Serviço

O documentário “Aldeia Natal”, de Guto Pasko, estreia no Cine Passeio nesta quinta-feira (17).

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima