O círculo da vida

Essa é uma adaptação da história disney-lesca chamada “O Rei Leão”, de 1994. Diz a lenda que há uma adaptação cinematográfica mais real, que eu me recuso a aceitar que exista. Não vi. Não vou ver.

A história é baseada em tramas shakeasperianas, em que os personagens que têm direito ao trono estão brigando pelo poder ou são enganados por outros homens ou são salvos por outros homens – até mesmo homens mortos são importantes na história.

Como é uma adaptação, caso você não tenha visto, segue a lista de personagens:

MUFASA: rei dos leões

SIMBA: filho mimado do rei

SARABI: mãe do filho mimado, que tem seu nome mencionado uma vez e você provavelmente nem lembrava e teve que dar um Google para saber (eu tive e tinha acabado de rever a animação)

NALA: interesse amoroso do filho mimado do rei, que você acaba descobrindo o nome porque a história dela existe porque ela está conectada ao protagonista masculino

SCAR: irmão mau e mal do rei. Mau de malvadão, vilão, dramaticão, e mal de saúde porque tá subnutrido, com uma cicatriz grande no rosto (que em inglês é “scar” – coincidência, né?)

SINOPSE

Mufasa, que tem esse nome africano, acaba de ser assassinado pelo seu irmão malvado, Scar, que tem esse nome inglês (crítica ao colonialismo?). Seu filho, Simba, foge após Scar enganá-lo de que a culpa da morte do pai é do pequeno leão.

Scar, com esse nome de americano entrando em território estrangeiro, é o herdeiro natural do trono. Ele vai contar para as leoas da tragédia que acabou de acontecer.

– Todos na nossa alcatéia, escutem: o rei Mufusa morreu.

– Não pode ser!

– O Meu Mufasa…

– E Simba também!

– O Filho do rei! O sucessor!

– Tragédia!

– Então, agora, é com grande tristeza que eu, Scar, serei seu novo rei e…

– Não.

– Oi?!

– Não vai rolar, Scar. Desculpe, mas você não dá.

– Olha, quando o Mufasa se dizia rei a gente tava de boas, porque ele era tipo nosso sex-symbol.

– Aquela juba dele, toda sedosa, dava um ad da Loreal pra gente, fora que deixava ele numa ambiguidade sexual delícia.

– Mas… Mas eu sou o último homem aqui. Portanto, eu…

– Portanto você não tem nenhum “lion-lixo” apoiando sua decisão. Não vai rolar, fofo.

– Aliás, qual era a sua ideia de governo?

– Eu… Eu ia chamar as hienas para se juntar. Afinal, alcatéia é coletivo de leões e hienas.

– É de lobos também. Vai chamar os lobos?

– Não, é que…

– É que você queria ter um exército pessoal, né? Uma milícia risonha ao seu favor.

– Não ia te ajudar, porque a gente quebra essas hienas no pau.

– Cada uma de nós é um Mufasa, a gente derrota essa galera de boas.

– Ou você acha que precisa ter um homem a frente do levante pra gente derrotar elas?

– Querido… É a gente que caça, é a gente que resolve. Cai fora.

– Mas eu… Mas eu…

– Cai fora, Scar!

Scar vai indo embora, em direção ao pôr do sol, sem entender direito o que aconteceu.

– O cara tem cara de bandido, faz coisa de bandido e quer mandar na gente através de voto direto consentido. Quem ele pensa que a gente é? O Brasil??

Todas as leoas riem, felizes. Todos os brasileiros choram. Fim


Para ir além

Melhor que o silêncio
O menino é pai do homem?

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