E ele virou (de fato) nosso melhor amigo

Sem pretender fazer propaganda indireta de pet shop ou do comércio paralelo, vale destacar a história e a presença dos cães anteontem, ontem e hoje

Depois de breve conferida no noticiário policial dos últimos dias, há quem tenha concluído que, de fato, os cães continuam importantes aliados da polícia quando se trata de apreensão de drogas e outras buscas. Basta ver o resultado da Operação Verão Consciente. E os cães têm seus nomes com o devido destaque nas matérias: Hórus e Argos.  

E, sobre o (confirmado) melhor amigo do homem, nem todos sabem o que vem a ser exatamente um cachorro: mamífero carnívoro da família dos canídeos, subespécie do lobo, talvez o mais antigo animal domesticado pelo ser humano. Muitas teorias postulam que surgiu do lobo cinzento no continente asiático, há mais de 100.000 anos.  

Outros tipos de cachorro  

Do noticiário policial a outros tipos de cachorradas: Cães de Guarda – Jornalistas e Censores, do AI-5 à Constituição de 1988, livro da doutora em História Social Beatriz Kushnir, que “ilumina um território sombrio e desconfortável: a existência de jornalistas que foram censores federais e que também foram policiais enquanto exerciam a função de jornalistas nas redações”. Sem esquecer, porém, de um filme: O Cão dos Baskervilles, 1959, de Terence Fisher, com roteiro baseado no romance de Sir Arthur Conan Doyle.  

Bicho muito especial  

Canis lupus familiaris vem a ser o nome científico do cão. E, segundo os biólogos, o olfato dos cães é tão poderoso que é muito difícil imaginar todos os odores que eles são capazes de detectar – e isso os torna animais extremamente especiais, como fortes aliados em operações como busca de pessoas desaparecidas, detecção de doenças, drogas e explosivos. E há relatos históricos demonstrando que os seres humanos se aproveitavam desse incrível sentido dos cães, pois esses animais eram amplamente utilizados em caçadas e até mesmo pastoreio. Os cães sempre foram treinados até mesmo para detecção de odores incomuns, como, por exemplo, para localização dos sedimentos de baleias. E os piratas utilizavam cães para localização de tesouros que podiam estar escondidos em uma imensa área.  

Lobo. Crédito da foto: Pexels.

Amizade sincera e infinita  

Sobre cães descendentes dos lobos existem teorias discutidas na medicina veterinária de como eles foram capazes de serem domesticados e considerados na atualidade os “melhores amigos do homem”. Mas, infelizmente, o início histórico foi meio caótico, pois há teorias que apontam que os lobos se aproximavam dos seres humanos para consumir restos de comidas e, dessa maneira, passaram a dividir o espaço com os humanos e, em contrapartida, “os humanos sentiam-se seguros por terem por perto animais que os protegessem de ataques de animais selvagens”. Assim, com o passar dos anos, “os filhotes de lobos de futuras gerações não caçavam mais sozinhos e tinham o homem como sendo a única fonte de alimento e com isso iniciou-se a amizade mais sincera infinita que poderia existir entre o homem e os cães”.  

Adaptando-se ao cenário  

Ainda de estudiosos que dominam o assunto: os cães filhotes começaram a ver o homem como líder deles e, com o decorrer do tempo, a agricultura passou a ser a fonte de exploração do homem; desse modo, os cães foram se adaptando a esse novo cenário, passando de caçadores a pastores e, devido a isso, houve uma grande seleção genética cruzando animais que tinham menos propensão de comer os rebanhos e fazendo com que cada vez mais os animais tivessem genes que acarretassem a fenótipos de cães pastoreios. Com o tempo, os cães estavam cada vez mais próximos dos seres humanos, tornando-se animais de estimação. O DNA dos cães ainda carrega grande semelhança genética com os lobos, já que apresentam capacidade olfativa extremamente desenvolvida.  

Um focinho especial  

Crédito da foto: Pexels.

Uma das explicações científicas mais plausíveis a essa facilidade de captação de odores deve-se ao fato de possuírem um focinho esponjoso e molhado – e também à capacidade de cheirar, separadamente, com cada narina: quando o ar adentra no nariz, um tecido o separa em dois compartimentos e, com isso, ele sentirá o cheiro através de uma narina e, com a outra, irá respirar.  

Os cães apresentam aproximadamente duzentos milhões de receptores olfativos e cada receptor detecta e é capaz de identificar as moléculas que estão no ar e em objetos. De todos os sentidos de um cão, o olfato é o mais desenvolvido e os cães são capazes de sentir odores em concentrações milhões de vezes menores do que os seres humanos. Quando querem cheirar algo, o ar passa por todos os receptores do olfato, trazendo um verdadeiro maquinário de identificação dos sinais olfativos. O cachorro apresenta ainda um sistema olfativo separado, anatomicamente localizado acima do céu da boca, chamado órgão vomeronasal. Já os filhotes, isso mesmo, apresentam sensores de calor no nariz, o que permite que eles encontrem suas mães quando estão com os olhos e ouvidos fechados.  

Mais do que o olfato humano  

Para ter uma ideia, segundo matéria da revista Veja, o olfato do cão é 50 vezes superior ao olfato do ser humano, “o que lhe permite, sem dificuldade, farejar entorpecente, por exemplo, a uma distância de 1,6 quilômetros de uma residência. Aliás, não são poucos os exemplos do cotidiano que atestam essa capacidade dos cães”. Ainda da revista: “Somente a título de exemplo, em um caso prático mencionado em um brilhante artigo escrito por Leandro Edison da Rosa menciona o caso de um beagle de nome Bono que conseguiu identificar grande quantidade de entorpecentes em uma residência, mesmo estando a droga enterrada no quintal da casa.  

Cães farejadores da polícia: cães das raças Pastor Alemão, Pastor Belga e Pastor Holandês. São raças bem populares dentre os cães selecionados para o desenvolvimento dessas atividades, tanto pela polícia quanto pelos bombeiros. Dentre as raças mais eficientes podemos citar ainda Fox-Terrier, Rotweiller, Golden Retriever e Labrador.  

Cão, nome científico: Canis lupus familiaris.  

PSSe você quer saber se um cachorro é seu, deixe-o ir… Se ele voltar, é seu. Ditado indígena.  


Para ir além

A desgraça alheia e um velho provérbio

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