Nesses últimos dois anos assisti empresas de diversos ramos de atividade e de diversos portes se reinventando para enfrentar a pandemia.
Empresas tradicionais, resistentes às mudanças fecharam, empresas que já não vinham bem nos anos anteriores não sobreviveram.
O mercado mudou, as pessoas mudaram e os colaboradores tiveram que aprender a trabalhar de forma diferente.
Inúmeras foram as mudanças, mas o que mais sentimos foram as interações que antes eram na sua maioria presencial e passaram a ser feitas de forma remota.
Como será o futuro das relações de trabalho?
Muitos dos meus clientes se adaptaram ao híbrido, mas muitos dos meus clientes pela natureza da atividade não puderam ficar somente no híbrido e tomando todas as medidas de segurança se mantiveram firmes no atendimento presencial.
Os que se adaptaram ao híbrido tiveram que rever seus espaços, devolveram espaços anteriormente locados, mudaram a forma de benefícios que antes eram de vale transporte e vale refeição para vale alimentação e auxílio “internet”.
Equipamentos e móveis emprestados foram algumas das providencias tomadas por algumas empresas para dar condições de trabalho para seus colaboradores.
Algumas grandes empresas investiram em auxiliar seus funcionários a construir espaços home office.
Mas qual o efeito disso tudo?
Não podemos esquecer que essas providencias também atingiram as escolas que tiveram que se adaptar ao não tão novo EAD (ensino a distância).
Qual o resultado disso tudo? Como ficaram as relações interpessoais?
De um lado uma geração chamada de geração “Milenium” que é aquela que nasceu com a tecnologia de aparelhos telefônicos equipados com GPS e internet e do outro lado a geração Y que nasceu na década de 90 e que agora assumem papeis de gestores.
Não podemos esquecer a geração X, que é aquela que desde seu ingresso ao mercado de trabalho já viveu diversas mudanças, desde a implementação dos computadores, até o fato de ter a estabilidade e a aposentadoria cada vez mais distante.
Todas essas gerações tiveram que se adaptar cada qual com suas dificuldades.
Não é de hoje que funcionários levam atividades para casa. O implemento da TI e facilidades como VPNs (Virtual Private Network que é uma conexão mais segura utilizada pelas empresas) auxiliam o trabalho remoto. O fato é que esse trabalho pouco tratado pelos juristas era fortemente evitado pelos RHs com receito que o trabalho remoto virasse uma ação trabalhista.
Pois bem, a pandemia veio nos mostrar que o trabalho home office é sim possível e que veio para ficar.
Mas e como ficam as relações interpessoais?
Talvez esse seja ainda o maior desafio. O trabalho remoto diminui o contato entre os colaboradores e com isso alguns novos problemas começam a acontecer como demora na resolução de problemas e a demora no reconhecimento e promoção dos colaboradores.
Funcionários que estão voltando aos seus postos de trabalhos precisam reaprender a trabalhar, sair do comodismo de ficar em casa e reaprender a encontrar seus colegas.
Acredito que o formato único presencial não deve atingir a todas as empresas, mas o híbrido deve prever reuniões presenciais, encontros e eventos corporativos que tragam os funcionários à prática do convívio pessoal, visando crescimentos e desenvolvimento para seus colaboradores e para seus negócios.
Sobre o/a autor/a
Karla Küster
Administradora de empresas formada pela FAE Business School, com pós-graduação em Marketing, Gestão de Pessoas e em Finanças. Atuou em instituições financeiras e em empresas nacionais e multinacionais. Desde 2015 é consultora empresarial em sua empresa Credita CGE – Consultoria e Gestão Empresarial.